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BC mantém Selic em 13,75% às vésperas da eleição e diz que inflação continua alta

Publicado 26.10.2022, 18:44
© Reuters. Sede do Banco Central em Brasília
22/03/2022
REUTERS/Adriano Machado
XPBR31
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Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano, conforme decisão da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira, a última antes do segundo turno das eleições presidenciais, ressaltando que a inflação continua alta, com reduções concentradas em uma parcela dos preços.

"Apesar da queda recente concentrada nos itens voláteis e afetados por medidas tributárias, a inflação ao consumidor continua elevada", informou o comunicado.

Em comunicado com poucas mudanças de avaliação em relação ao da reunião anterior, o BC também disse que indicadores observados desde seu encontro de setembro sinalizaram um ritmo mais moderado de crescimento da atividade.

A manutenção da taxa pela segunda vez consecutiva foi decidida de maneira unânime pela diretoria do BC, depois de a reunião de setembro do colegiado ter registrado divergência de dois membros, que defendiam na ocasião um ajuste residual nos juros.

A decisão do Copom foi ao encontro da expectativa da maioria dos analistas de mercado, de acordo com pesquisa Reuters, segundo a qual todos os 34 economistas consultados esperavam continuidade da taxa básica de juros no mesmo nível, com alguns analistas citando expectativa de que o BC manteria uma linguagem dura contra a inflação.

Sobre o cenário externo, o BC disse que o ambiente continua adverso e volátil, com revisões negativas para o crescimento global e aumento da volatilidade nos ativos financeiros.

“O Comitê notou também a maior sensibilidade dos mercados a fundamentos fiscais, inclusive em países avançados”, acrescentou.

O BC também reafirmou que irá perseverar até que se consolide a desinflação e a ancoragem das expectativas para as metas, reforçando que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste nos juros caso o processo não transcorra como esperado.

"O Comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação", informou.

Para o economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso, o comunicado veio com poucas novidades e apresentou tom neutro, com balanceamento de fatores que podem pressionar e arrefecer a inflação.

"Se por um lado o ambiente global e o aumento da volatilidade nos ativos financeiros 'inspiram maior atenção para países emergentes' em um contexto de 'maior sensibilidade dos mercados a fundamentos fiscais', nosso calcanhar de Aquiles, por outro, a leitura do Comitê é que os dados domésticos de atividade sinalizam um ritmo mais moderado de crescimento", disse.

Com a decisão desta quarta, o BC manteve a Selic a um patamar 11,75 pontos acima da mínima histórica de 2% ao ano, atingida em meio à pandemia de Covid-19 e que vigorou até março do ano passado. A taxa básica segue no nível mais alto desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano.

Na reunião de setembro, o Copom decidiu interromper o mais agressivo ciclo de aperto monetário implementado desde o início do regime de metas para a inflação em 1999, mantendo a Selic em 13,75% ao ano.

Sob impacto de cortes de tributação de combustíveis e outros serviços, o IPCA registrou três meses seguidos de deflação até setembro, ficando em 7,17% no acumulado em 12 meses. O IPCA-15, que é considerado uma prévia da inflação e foi divulgado nesta semana, mostrou que os preços voltaram a subir em outubro, mesmo com a retração de combustíveis.

INFLAÇÃO FUTURA

No comunicado desta quarta, o BC elevou suas projeções para a inflação no encerramento de 2023 e 2024, anos que estão atualmente no foco de atuação da política monetária.

A autoridade monetária informou que, em seu cenário de referência, as estimativas para a inflação estão em 5,8% para 2022 (contra 5,8% na reunião anterior), 4,8% em 2023 (contra 4,6% antes) e 2,9% em 2024 (ante 2,8%).

"Apesar dessa elevação das projeções do ano que vem e de 2024, o ano de 2024 permanece abaixo da meta. (...) Teve uma alteração marginal nas projeções, o que sinaliza que o BC deve continuar vigilante, mas nada muito significativo e ainda abaixo da meta", disse a economista da XP (BVMF:XPBR31) Tatiana Nogueira.

© Reuters. Sede do Banco Central em Brasília
22/03/2022
REUTERS/Adriano Machado

As metas para o IPCA estão definidas em 3,50% para este ano, 3,25% em 2023 e 3,00% em 2024, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos nos três casos.

Desde a reunião de setembro do Comitê, o mercado vem melhorando as projeções para os preços no país até o próximo ano, mas indica incerteza sobre o longo prazo.

A expectativa para inflação neste ano, segundo o boletim Focus, caiu de 5,88% no fim de setembro para 5,60% nesta semana. Para 2023, o recuo foi de 5,00 para 4,94%. No caso de 2024, a previsão chegou a cair de 3,50% no fim de setembro para 3,43% na semana passada, mas retornou a 3,50% no boletim mais recente.

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