SÃO PAULO (Reuters) - O governo cancelará entre 5 bilhões e 8 bilhões de reais no Orçamento deste ano para se enquadrar na regra do teto de gasto, que limita o crescimento das despesas, informou à Reuters uma fonte da equipe econômica com conhecimento direto sobre o assunto.
"É uma nova forma de lidar com as restrições. Se elevar uma despesa, tem que cancelar outra em troca", explicou a fonte, que pediu anonimato, acrescentado que as despesas com pessoal e a não reoneração da folha de pagamento das empresas pesaram sobre as contas neste ano.
O cancelamento dessas despesas é visto como um mecanismo mais duro, porque não existe a possibilidade de se voltar atrás, como ocorre com contingenciamentos.
Até o final desta semana, o governo deve divulgar detalhes sobre o Orçamento deste ano e manterá a previsão de receitas de 12 bilhões de reais com a privatização da Eletrobras (SA:ELET3), mas com restrições.
"(A receita) fica na previsão, mas não distribui os recursos para gastar. Eles ficam em 'reserva'", explicou a fonte.
O governo se depara com dificuldades dentro do Congresso Nacional para aprovar a operação de privatização da estatal.
Diante dos sucessivos rombos nas contas públicas, o governo também pode anunciar contingenciamento no Orçamento deste ano de cerca de 2 bilhões de reais. Assim, as restrições no Orçamento podem somar aproximadamente 20 bilhões de reais ao todo.
(Por Patrícia Duarte)