Investing.com - O mercado começa o dia de olho na primeira deflação em junho desde 2006 e nas articulações para Rodrigo Maia assumir a presidência, caso Michel Temer não resista à bateria de denúncias na Câmara dos Deputados. No exterior, petróleo cai e a atenção se volta para a reunião do G20 e o primeiro encontro entre Trump e Putin.
O Ibovespa Futuros avança 0,6% aos 63.445 pontos e indica que o Ibovespa deverá abrir recuperando parte das perdas de 1,1% de ontem, quando fechou a 62.470 pontos.
Em Brasília, a articulação para que Rodrigo Maia assuma a presidência saiu dos bastidores e estampou as capas dos principais jornais de hoje depois que diversos líderes de partidos - inclusive da base aliada - passaram a tratar abertamente sobre o assunto.
Ontem, Tasso Jereissati, que comanda o PSDB com a licença de Aécio Neves, defendeu a saída de Temer e disse que via com bons olhos a alternativa de Rodrigo Maia, mantendo a equipe econômica. O senador afirmou que se Sergio Zveiter, relator da denúncia contra Temer na CCJ, der parecer pela aceitação da denúncia, isso seria uma ‘autorização do PMDB’.
Enquanto sua substituição passa a ser discutida abertamente, Michel Temer participa do encontro do G20, na Alemanha, em viagem organizada às pressas, sem encontros bilaterais, após o presidente ter cancelado a ida e voltado atrás somente nesta semana.
De volta ao mercado, o IBGE divulgou hoje o IPCA que mostrou a menor inflação para junho desde o início do Plano Real. O índice recuou 0,23% no mês passado, na primeira deflação desde 2006. O número deverá dar força nas apostas por um corte mais agressivo de juros na próxima reunião do Copom.
No exterior, a atenção é pela publicação dos dados do Payroll nos EUA, após os dados de emprego da ADP terem vindo abaixo do projetado pelo mercado. O mercado de trabalho nos EUA voltou a mostrar força com a geração de 222 mil postos de trabalho, acima da expectativa de 179 mil.
A Europa opera majoritariamente em baixa com perdas de 0,3% no DAX e no CAC 40, enquanto Euro Stoxx 50 cede 0,2%. Os futuros dos EUA apresentam leve alta de até 0,1% no Dow e no S&P 500 e de 0,15% no Nasdaq.
Commodities
O petróleo volta a devolver os ganhos do rali das últimas duas semanas e recua 2%, negociado abaixo dos US$ 45 nos EUA. O Brent perde 2% e é vendido a US$ 47,10 o barril. A commodity avançou ontem com a redução em 6,3 milhões de barris nos estoque dos EUA.
O minério de ferro fechou com ganhos de 3,4% nos futuros de Dalian, na China, a 482 iuanes a tonelada. No mercado spot, em Qingdao, a commodity subiu 1,3% e encerrou a sessão a US$ 62,80 a tonelada.
Mundo corporativo
A Petrobras (SA:PETR4) publicou a venda seus ativos no Paraguai, com o objetivo de negociar integralmente as empresas Petrobras Paraguay Distribución, Petrobras Paraguay Operaciones y Logística e Petrobras Paraguay Gas. A companhia também passou a oferecer o campo de Maromba, na Bacia de Campos, do qual detém 70%, em sociedade com a Chevron (30%). A estatal reduziu em 0,5% os preços da gasolina e do diesel.
A mineradora Samarco anunciou que prorrogou por mais três meses, até o fim de outubro, o período de suspensão temporária dos contratos de trabalho ("layoff") de cerca de 800 empregados, já que suas operações permanecem paralisadas desde novembro de 2015. A Vale (SA:VALE5) tenta colocar a empresa em operação ainda este ano, cronograma que sua sócia BHP Billiton não acredita ser viável.