Investing.com - O Ibovespa bateu nesta quarta-feira a máxima de mais de dois anos em meio a um cenário externo positivo com alta do petróleo, dólar fraco e valorização em Wall Street. O índice alcançou 60.331 pontos, o maior patamar desde setembro de 2014, semanas antes da eleição presidencial que elegeu a ex-presidente Dilma Rousseff.
A bolsa brasileira recebeu um impulso da valorização do petróleo no mercado internacional, que alcança seu mais alto patamar desde junho. A commodity ganhou força com a queda de 2,97 milhões de barris nos estoques dos EUA, contrariando a previsão de alta de 2,6 milhões barris.
Dos Estados Unidos também veio um número menor de geração de vagas, com 154 mil novos postos não-agrícolas, inferior aos 166 mil projetados. Com o mercado de trabalho enfraquecido, aumentam as apostas em um Fed mais conservador, o que valoriza as ações e pressiona o dólar. A divisa ontem seu maior valor em dois meses com a forte queda da libra e desvalorização do euro. Dow 30 e Nasdaq avançam 0,7% enquanto o S&P 500 sobe 0,6%.
No cenário político interno, o ex-presidente Lula foi novamente indiciado pela Polícia Federal agora em suspeita de corrupção passiva em pagamento de R$ 20 milhões em propinas para seu sobrinho. A PF também abriu inquérito para avaliar compras de termelétricas pela Petrobras (SA:PETR4) entre 1999 e 2001, no governo FHC.
Em Brasília, ficou para hoje a votação da Lei da Repatriação, que poderá ajudar o governo a fechar o caixa desse ano. A expectativa é que haja um adiamento para novembro no prazo máximo de regularização dos recursos.
A Petrobras avança quase 3%, superando os R$ 14,40, máxima desde maio de 2015, com a alta do petróleo e o avanço de seu programa de desinvestimentos. A empresa anunciou ter enviado prospecto para a venda de até 51% da BR para potenciais compradores. Segundo o Valor, a companhia poderá levantar até R$ 12 bilhões com a operação. A Petrobras também anunciou o início de licitação para a plataforma que fará a primeira extração comercial do petróleo on pré-sal de Libra. A concorrência anterior foi cancelada por altos preços.
O Itaúsa (SA:ITSA4)volta a figurar entre os maiores volumes do dia com recuperação de 1,7% zerando as perdas de ontem, provocadas pela informação de que a empresa poderá fazer uma proposta pela BR. Banco do Brasil (SA:BBAS3) dispara 2,6%, enquanto Santander (SA:SANB11) e Itaú (SA:ITUB4) ganham 2,2%. Bradesco (SA:BBDC4) tem alta de 1,6%.
A Vale (SA:VALE5) avança 1,3% em um dia de menor volume na bolsa brasileira. Com o feriado na China, não houve alterações no preço do minério de ferro no mercado local. Nos EUA, a commodity subiu 0,07%, para US$ 55,15.
As siderúrgicas operam com ganhos, liderados pela Usiminas (SA:USIM5) com +3,5%. CSN (SA:CSNA3) sobe 2,5%, enquanto Gerdau (SA:GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) sobem 2%.
Entre as maiores altas do dia, estão a JBS (SA:JBSS3) que dispara 5,5%, seguida por Qualicorp (SA:QUAL3) (+4%) e Smiles (SA:SMLE3) (+3,5%). Em quarto lugar estão as ações da Braskem (SA:BRKM5) que se recuperam de tombo de 4,3% de ontem, em seu primeiro dia ex-dividendos.
Dólar
A moeda norte-americana opera em queda frente ao real, com recuo de 0,7%. A divisa é negociada a R$ 3,23 em meio aos dados mais fracos da geração de emprego nos EUA, compensando as falas hawkish de ontem do Fed e da declaração menos intervencionista do presidente do BC, Ilan Goldfajn.