SÃO PAULO (Reuters) - O presidente da República, Jair Bolsonaro, tem participado de conversas para a definição de um novo presidente para a estatal de energia Eletrobras (SA:ELET3), disse nesta terça-feira o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
A Eletrobras passou a ser comandada nesta terça-feira pela diretora financeira, Elvira Presta, que acumulou as funções depois que o presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr., aceitou um convite para chefiar a BR Distribuidora (SA:BRDT3) no final de janeiro.
"O presidente Bolsonaro está analisando alguns nomes e eu tenho conversado com ele, estou assessorando ele nesse sentido. E nós acreditamos que poderemos em breve anunciar o novo presidente da empresa", disse Albuquerque, em entrevista à Band News.
O ministro acrescentou que a nova direção da Eletrobras deverá ser de "continuidade" e elogiou os executivos da empresa pelo que qualificou como uma gestão "excelente" da estatal.
Questionado durante a entrevista, ele disse que não há uma preferência entre a escolha de um militar ou civil para o cargo.
O governo indicou no mês passado o general da reserva Joaquim Silva e Luna para assumir a presidência da Petrobras (SA:PETR4) em substituição ao atual CEO Roberto Castello Branco.
"Não existe nenhum perfil pré-estabelecido, é alguém que tenha capacidade de dar continuidade à gestão que está sendo feita... nós aqui não distinguimos área militar da área civil, buscamos pessoas que tenham competência e capacidade."
Após o anúncio da saída de Ferreira, em 25 de janeiro, a Eletrobras disse que seu conselho aprovou a contratação de uma consultoria externa especializada em recrutamento de executivos "a fim de assessorar o colegiado no processo de seleção e eleição do novo presidente".
Questionada, a estatal afirmou à Reuters que é uma prerrogativa do acionista majoritário fazer indicações.
"Todas as indicações, independentemente da origem, passarão pelo processo de assessment pela empresa contratada e avaliação de integridade e elegibilidade, conforme definido pela Governança da Eletrobras", disse a companhia em nota.
Na BandNews, o ministro disse ainda esperar que uma medida provisória encaminhada ao governo ao Congresso no mês passado com proposta de privatização da Eletrobras possa ser apreciada pelos parlamentares até junho.
PETROBRAS
O ministro de Minas e Energia também disse que o governo não vai interferir na política da Petrobras para os preços dos combustíveis, que gerou divergências entre o atual CEO da estatal e Bolsonaro e levou à indicação pelo presidente de um novo chefe para a companhia.
"Está no estatuto da empresa que ela sempre tem que praticar preço de paridade internacional dos combustíveis. O que estamos trabalhando é em instrumentos, que qualquer país deve ter, para evitar volatilidade de preços", afirmou.
Segundo ele, essas medidas não significarão controle dos valores dos combustíveis, uma vez que isso poderia prejudicar importações necessárias ao abastecimento do mercado brasileiro.
"Você não tem como controlar esse preço, senão ninguém vai importar. Se você quiser ter algum tipo de controle, em termos de subsidio, você tem que pagar por isso. E é isso que nós estamos analisando", afirmou, sem detalhar.
(Por Luciano Costa)