LONDRES (Reuters) - Os bônus de empresas chinesas do setor imobiliário tiveram forte recuperação nesta semana, embora houvesse uma ausência notável no rali --o China Evergrande Group (OTC:EGRNY).
Uma enxurrada de vendas de ativos e colocações de ações, incluindo algumas da própria Evergrande, geraram esperanças nesta semana de que o setor será capaz de evitar uma crise total e, finalmente, se estabilizar.
Os ganhadores nesta sexta-feira incluíram a maior incorporadora da China, a Country Garden, cujos títulos estavam quase de volta ao valor ao par, ou 100 centavos por dólar, tendo caído para cerca de 80 centavos por dólar na semana passada em meio a uma queda em todo o setor.
A Shimao também viu uma recuperação notável em seus títulos, que voltaram a 90 centavos por dólar após despencarem para 70 centavos por dólar na semana passada, em uma queda vertiginosa depois de a S&P Global tirar da empresa a classificação de grau de investimento.
Observadores de mercado atribuíram o alívio nos bônus ao fato de as empresas terem conseguido levantar dinheiro por meio da colocação de ações e vendas de ativos nesta semana, mesmo que a um custo de grandes descontos.
Country Garden Services Holdings, a unidade de serviços imobiliários da principal incorporadora da China, levantou 1 bilhão de dólares na quinta-feira com a colocação de ações, disseram duas fontes à Reuters.
Sunac China, entre as quatro principais incorporadoras do país, levantou um total de 949,70 milhões de dólares, enquanto a Evergrande também fechou um acordo para vender toda a sua participação na empresa de serviços de streaming HengTen por 2,13 bilhões de dólares de Hong Kong (273,5 milhões de dólares).
Apesar dos ganhos em pares, os títulos da Evergrande permaneceram entre 23 e 29 centavos por dólar nesta semana --o equivalente a 71% a 77% abaixo de seu valor em maio, quando os problemas imobiliários chineses começaram a crescer como uma bola de neve.
A S&P advertiu nesta semana que a empresa --incorporadora mais endividada do mundo, com cerca de 19 bilhões de dólares em títulos do mercado internacional e 300 bilhões de dólares em passivos no total-- ainda mostrava risco "altamente provável" de default, pois tem 3,5 bilhões de dólares em dívidas para pagar em março e abril apenas no próximo ano.
(Por Marc Jones)