Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa ensaiava uma melhora na manhã desta quarta-feira, apoiado no avanço das ações da Vale e Petrobras, tendo como pano de fundo um viés misto no exterior, embora preocupações com o panorama eleitoral ainda enfraquecessem as ações brasileiras,
Às 11:22, o Ibovespa subia 0,52 por cento, a 75.571,33 pontos. O volume financeiro somava 2 bilhões de reais.
Pesquisa Datafolha conhecida nesta quarta-feira mostrou o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, liderando corrida presidencial com 22 por cento, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não aparece na disputa.
Marina Silva (Rede) vem em seguida, com 16 por cento, acompanhada por Ciro Gomes (PDT), com 10 por cento, Geraldo Alckmin (PSDB), com 9 por cento, Alvaro Dias (Podemos), com 4 por cento, e Fernando Haddad (PT), também com 4 por cento, apontou o levantamento divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo.
Conforme observou um gestor, a expectativa - ou torcida - de um cenário mais claro e de uma candidatura mais reformista ganhar corpo não está acontecendo. "As últimas pesquisas eleitorais colocaram os investidores com os 'pés mais no chão'."
Na véspera, o Ibovespa fechou em baixa de 1,5 por cento, a 75.180,40 pontos, mínima em quase seis semanas.
Em nota distribuída a clientes, a equipe da XP Investimentos destacou que as pesquisas recentes não trouxeram grandes novidades e que o receio é de uma eleição de um governo menos comprometido com reformas.
"Na visão do nosso time político, tempo de televisão e financiamento são determinantes para o sucesso de uma campanha, mas isso deve ser refletido nas pesquisas somente às vésperas da eleição, e portanto a percepção de risco deve continuar elevada."
DESTAQUES
- VALE (SA:VALE3) tinha alta de 1,57 por cento, respondendo pela principal contribuição positiva para o Ibovespa, dado o relevante peso que tem na composição do índice. A disparada do dólar frente ao real para acima de 4 reais também ajudava dado do efeito benigno na receita da mineradora.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subia 1,86 por cento, com a alta dos preços do petróleo ajudando na recuperação após as ações recuarem nos últimos seis pregões, embora os papéis sigam sensíveis a especulações sobre a corrida presidencial.
- BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) subia 1,55 por cento, também ensaiando uma trégua após declínio consecutivo nos últimos três pregões, quando acumulou perda de quase 10 por cento. No setor, também vulnerável a expectativas políticas, BRADESCO PN (SA:BBDC4) perdia 0,39 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) cedia 0,33 por cento.
- SUZANO (SA:SUZB3) valorizava-se 1,5 por cento, na esteira do movimento no câmbio, ajudando a sustentar o Ibovespa no azul, assim como outras companhias que se beneficiam do fortalecimento do dólar, pois têm parte relevante de suas receitas na moeda norte-americana, como JBS (SA:JBSS3), em alta de 3 por cento; e BRASKEM PNA (SA:BRKM5), com ganho de 1,12 por cento.
- MARFRIG (SA:MRFG3) cedia 2,95 por cento, contudo, ainda afetada pela decepção de agentes financeiros com o preço da venda de sua unidade Keystone Foods por 2,4 bilhões de dólares para a norte-americana Tyson Foods, quando havia expectativa de um montante da ordem de 3 bilhões de dólares.
- GOL (SA:GOLL4) PN cedia 2,78 por cento, tendo de pano de fundo o avanço do dólar ante o real e também a elevação dos preços do petróleo no exterior. A companhia aérea amargou um prejuízo de 1,3 bilhão de reais no segundo trimestre pressionada justamente pela variação cambial, que pesou sobre o resultado financeiro do período.