SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista rondava a estabilidade nesta terça-feira, com investidores mantendo o tom de cautela após a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima e à espera do andamento da reforma trabalhista no Congresso Nacional, que deve ter o requerimento de urgência votado nesta sessão.
Com feriado nos Estados Unidos, a expectativa é de volume reduzido no mercado local, o que favorece volatilidade ao longo do pregão.
Às 11:20, o Ibovespa caía 0,09 por cento, a 63.223 pontos. O giro financeiro era de 496 milhões de reais.
Na véspera, a Polícia Federal prendeu Geddel dentro da operação Cui Bono, que investiga irregularidades na Caixa Econômica Federal. O ex-ministro é acusado de tentar interferir nas investigações.
"Após a prisão do ex-ministro... a governabilidade de (Michel) Temer fica mais comprometida. Nesse sentido, os investidores estarão atentos à escolha do relator da denúncia contra o presidente na Comissão de Constituição e Justiça", escreveu a equipe da corretora Coinvalores.
A defesa de Temer será entregue à CCJ na quarta-feira, em uma tentativa de acelerar os trabalhos na Comissão. O presidente é acusado de corrupção passiva.
Na segunda-feira, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que a reforma trabalhista deverá ser votada na Casa na próxima semana e que um requerimento de urgência para a matéria deverá ser analisado pelos senadores nesta sessão.
DESTAQUES
- VALE PNA (SA:VALE5) caía 0,40 por cento e VALE ON (SA:VALE3) recuava 0,47 por cento, na esteira da queda dos contratos futuros de minério de ferro na China.
- CSN ON (SA:CSNA3) perdia 1,65 por cento, enquanto USIMINAS PNA (SA:USIM5) e GERDAU PN (SA:GGBR4) perdiam 0,85 e 0,67 por cento, respectivamente, também após as baixas nos futuros do minério de ferro e do aço na China.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subia 0,32 por cento e PETROBRAS ON (SA:PETR3) tinha variação positiva de 0,38 por cento, em sessão sem rumo definido para os preços do petróleo no mercado internacional. O mercado tinha no radar ainda a decisão da petroleira de aumentar o preço médio do diesel nas refinarias em 2,7 por cento e o da gasolina em 1,8 por cento.
- ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES ON (SA:ESTC3) ganhava 1,09 por cento e KROTON ON (SA:KROT3) avançava 1,2 por cento. Como pano de fundo estava a informação, em reportagem do jornal Valor Econômico, de que o governo federal está perto de concluir os estudos sobre o novo Financiamento Estudantil (Fies), que pode incluir alternativas para ampliar o crédito e baratear o financiamento privado.
- RENOVA ENERGIA UNIT (SA:RNEW11), que não faz parte do Ibovespa, subia 8,51 por cento. No radar estava a notícia publicada pela Reuters de que a canadense Brookfield Asset Management apresentou na véspera uma oferta formal pelo controle da Renova, que incluiria 800 milhões de reais em capital novo para a empresa de energias renováveis.
(Por Flavia Bohone)