Dólar cai pela 5ª sessão seguida em meio à percepção de alívio sobre impasse Brasil-EUA
(Reuters) - A BP não está "particularmente preocupada" com os níveis de CO₂ encontrados em descoberta anunciada na véspera no bloco de Bumerangue, no pré-sal da Bacia de Santos, que pode se tratar da maior já feita pela companhia em 25 anos, afirmou nesta terça-feira o chefe de produção e operações da petroleira britânica, Gordon Birrell.
O executivo também detalhou que a empresa planeja de três a quatro novos poços em um plano de avaliação da descoberta, depois que um poço perfurado atravessou uma coluna de hidrocarbonetos estimada em 500 metros, em um reservatório de carbonato pré-sal de alta qualidade, com uma extensão de área superior a 300 km².
Em comunicado na segunda-feira, a BP havia informado que resultados da análise no local de perfuração indicaram níveis "elevados" de dióxido de carbono, crescentando que uma análise mais aprofundada forneceria mais informações sobre seu potencial em meio a um programa de perfuração maior no Brasil.
O CO₂ é amplamente encontrado em importantes campos já em produção no pré-sal brasileiro, porém, níveis acima de determinados limites podem inviabilizar a comercalidade do ativo, segundo especialistas.
O ex-presidente da Petrobras (BVMF:PETR4) Jean Paul Prates afirmou em um post na internet que a descoberta anunciada pela BP trouxe um "sinal poderoso" de que a região do pré-sal brasileiro ainda guarda um enorme potencial, mas ponderou que o que de fato vai determinar a viabilidade de Bumerangue é o teor de CO₂ no gás associado.
"No campo vizinho de Libra, a produção é viável com 40% de CO₂. Em Júpiter, com 80%, o projeto permanece inexplorado há anos -- complexo demais e inviável economicamente com a tecnologia atual", disse Prates, em um post publicado em uma de suas contas no LinkedIn.
"A BP ainda não divulgou o nível de CO₂ no Bumerangue. Esperamos que esteja mais próximo do de Libra do que do de Júpiter."
(Por Shadia Nasralla; reportagem adicional de Marta Nogueira)