Brasil deve retomar envio de petróleo aos EUA com isenção de tarifas, diz IBP

Publicado 30.07.2025, 17:09
Atualizado 30.07.2025, 17:21
© Reuters. Plataforma da Petrobras

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A expectativa é de que as companhias do setor de petróleo do Brasil retomem as exportações aos Estados Unidos após a indicação nesta quarta-feira de que o produto ficará isento das tarifas de 50% anunciadas neste mês, disse o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), Roberto Ardenghy, à Reuters.

As petroleiras haviam optado por estocar o petróleo nas plataformas de produção ou em navios próprios maiores, nas últimas semanas, após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado em 9 de julho as novas tarifas, sem detalhar eventuais isenções.

Em decreto nesta quarta-feira, os EUA excluíram várias das principais exportações brasileiras da tarifa, como suco de laranja, algumas aeronaves, celulose e produtos de energia.

"Confirmado. Estamos fora do tarifaço. Petróleo e derivados", disse Ardenghy, presidente do IBP, que representa as petroleiras no Brasil, como Petrobras (BVMF:PETR4), Shell (NYSE:SHEL), TotalEnergies, ExxonMobil (NYSE:XOM) e Equinor.

"Nosso setor é muito específico. Colocar tarifas sobre nossos produtos é um jogo de perde/perde", acrescentou Ardenghy.

O petróleo é o principal produto da pauta de exportação do Brasil aos Estados Unidos. Antes do anúncio tarifário de Donald Trump contra o Brasil neste mês, o produto também estava isento da tarifa de 10% aplicada mais cedo neste ano para as exportações brasileiras aos EUA.

Ardenghy explicou ainda que a data considerada para a eventual cobrança de tarifas seria a da chegada na alfândega do porto nos EUA. Dessa forma, o envio de cargas ficou suspenso desde a época do anúncio da nova tarifa, em 9 de julho, uma vez que o tempo estimado de uma carga sair do Brasil e chegar nos portos americanos é de 21 dias.

Ele ponderou, no entanto, que algumas cargas que já estavam no mar podem ter sido desviadas para chegarem antes da data válida para as tarifas.

Mais cedo, o presidente do IBP havia reiterado que o petróleo brasileiro, por ser de baixo teor de enxofre e CO2, é muito valorizado no mercado. Disse que as empresas encontrariam outros destinos, caso não houvesse isenção.

Em 2024, o Brasil exportou um total de 1,78 milhão de barris por dia (bpd), sendo que 243 mil bpd foram destinados aos EUA, segundo dados do governo compilados pela consultoria StoneX. Em termos de receita, as vendas de petróleo do Brasil ao exterior somaram US$44,96 bilhões, sendo US$5,83 bilhões ao país norte-americano.

Já a Petrobras, maior produtora de petróleo do Brasil, tem uma exposição menor.

A companhia publicou na terça-feira que os EUA representaram 8% de suas exportações no segundo trimestre, contra 5% no mesmo período de 2024 e 4% no primeiro trimestre deste ano.

Especialistas afirmaram à Reuters anteriormente que o Brasil teria flexibilidade logística e comercial para preservar a competitividade do seu petróleo no mercado internacional, caso a commodity brasileira não fosse isenta das novas tarifas.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse à Reuters em meados do mês que poderia redirecionar o petróleo que vende para os Estados Unidos, enviando mais cargas para os mercados da Ásia e da Ásia-Pacífico com tarifas mais altas anunciadas pelos EUA sobre o Brasil.

 

(Por Marta Nogueira)

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