SÃO PAULO (Reuters) - A gestora brasileira de capital de risco Canary concluiu uma captação de 75 milhões de dólares, ampliando a aposta em startups no Brasil com alto potencial de crescimento.
Com os recursos do fundo, que teve a captação iniciada em julho, a empresa já investiu em seis empresas de um total de cerca de 50 que espera alcançar nos próximos dois anos.
Esta é a segunda rodada de captação da Canary. Batizado de Canary Fund II, o fundo recebeu recursos de empresários locais e family offices brasileiras e internacionais, e empreendedores veteranos de tecnologia.
Criada em 2017 por empreendedores e veteranos da indústria de capital de risco, a Canary usa uma rede de relacionamentos com cerca de 250 especialistas de vários elos da cadeia da indústria de inovação, inclusive de grandes fundos internacionais, para tentar mapear primeiro os negócios com potencial de expansão.
"A ideia é sermos o primeiro investidor nesses negócios e depois acompanhá-los na evolução para eventuais rodadas de investimentos posteriores", disse à Reuters disse Marcos Toledo, sócio-gestor do Canary.
O modelo de investimento da companhia prevê a reserva da maior parte do capital para ser alocada nos negócios nos estágios mais avançados de financiamento.
Mesmo sendo um agente relativamente novo nesse mercado --a própria Canary estima um prazo de 10 anos para obter o retorno previsto para os investimentos --, a gestora já tem alguns casos que já receberam rodadas muito maiores do que o cheque médio inicial dado por ela, que gravita de algumas centenas de milhares a 3 milhões de dólares.
Um desses casos foi a da plataforma brasileira de negócios de carros usados Volanty, que já teve uma rodada liderada pela monashees. Neste ano, recebeu um aporte de 70 milhões de reais, liderado pelo japonês SoftBank e pelo argentino Kaszek.
A Buser, plataforma de fretamento em que viajantes podem comprar passagens de ônibus a preços baixos, foi outra startup que recebeu o primeiro investimento da Canary. Este ano, também recebeu uma rodada liderada pelo SoftBank.
(Por Aluísio Alves)