Por Gabriel Codas
Investing.com - As ações da petroquímica Braskem (SA:BRKM5) recuam no início da tarde desta quinta-feira na bolsa paulista, indo na contramão da baixa do Ibovespa hoje. A companhia informou na véspera que concluiu discussões com autoridades estaduais e federais para ampliação do número de imóveis abrangidos por programa de ressarcimento e realocação de famílias, que foram atingidas por fenômeno de afundamento de solo em Maceió.
Por volta das 12h10, os ativos subiam 1,37% a R$ 24,44, após ser negociada em baixa acima de 1% nos primeiros negócios da manhã. O Ibovespa recuava 1,04% a 100.734 pontos.
A companhia afirmou que assinou aditivo para incluir 1.918 imóveis ao programa acertado no início do ano com Defensoria Pública do Estado de Alagoas, Ministério Público Federal, Ministério Público de Alagoas e Defensoria Pública da União.
A empresa não informou em fato relevante ao mercado quantas famílias adicionais foram incluídas no programa. Considerando uma média de quatro pessoas por imóvel, o aditivo pode representar incorporação de cerca de 7.700 pessoas, segundo cálculo da Reuters.
A companhia já havia informado na semana passada que estimava o montante de 850 milhões de reais referente às medidas de apoio aos moradores das novas áreas e de 750 milhões de reais para gastos adicionais previstos com medidas para encerramento definitivo das atividades de extração de sal gema em Maceió, gestão da operação e realocação de atingidos.
Em janeiro, a Braskem anunciou uma estimativa preliminar de que o programa de apoio à desocupação envolveria cerca de 17 mil pessoas. Os números do aditivo assinado nesta quarta-feira não estavam incluídos nesta conta. A previsão de custos com o programa de ressarcimento e realocação era de 1,7 bilhão de reais. A empresa ainda estimou na ocasião em 1 bilhão de reais o custo para fechamento dos poços de sal gema da empresa em Maceió.
A movimentação do solo que atinge os bairros de Mutange, Bom Parto, Pinheiro e Bebedouro, na capital alagoana, foi atribuída no ano passado pelo Serviço Geológico do Brasil, principalmente, às atividades de extração de sal da Braskem na região. A companhia contesta os estudos do órgão e contratou pesquisas junto a institutos internacionais. O fenômeno começou a ser mais percebido no início de 2018.
O surgimento de rachaduras e crateras na cidade comprometeu vários imóveis e fez a prefeitura de Maceió suspender processos de licenciamento de construções e empreendimentos nas áreas afetadas.