Por Roberta Rampton
NOVA YORK (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, suavizou nesta terça-feira a sua posição sobre a influência que os seres humanos teriam nas mudanças climáticas, de acordo com jornalistas do New York Times que estiveram numa entrevista com o republicano.
Trump havia previamente descrito o aquecimento global como uma farsa e no início deste mês um dos seus assessores disse à Reuters que o empresário de Nova York estava buscando formas rápidas para retirar os EUA do acordo de Paris de 2015 para combater as mudanças climáticas.
Nesta terça-feira, Trump disse ao Times que ele acha que há “alguma ligação” entre a atividade humana e as mudanças climáticas, disse o repórter Mike Grynbaum pelo Twitter. “Isso depende de quanto”, disse Trump, segundo o jornalista.
Perguntado se os EUA se retirariam de acordos sobre mudanças climáticas, Trump, segundo a mensagem do repórter no Twitter, declarou: “Estou examinando isso muito de perto. Eu tenho uma mente aberta em relação a isso”.
Trump, que assume o poder em 20 de janeiro, também afirmou nesta terça que estava pensando sobre mudanças climáticas, competitividade norte-americana e “quanto isso vai custar para as nossas empresas”, disse o jornalista, sem entrar em detalhes.
Na mesma entrevista com repórteres, editores e outros representantes do jornal na sede do Times em Manhattan, Trump mostrou pouco apetite para levar adiante as investigações contra a sua rival democrata na campanha presidencial, Hillary Clinton, embora não tenha descartado a opção.
De acordo com mensagens no Twitter dos repórteres na entrevista, Trump afirmou “não” quando perguntado se ele descartaria investigar Hillary em relação à fundação dos Clinton ou ao seu uso de servidor privado de emails quando ela era secretária de Estado.
Contudo, ele disse que não queria “ferir os Clinton” e queria seguir adiante. “Eu não estou pensando em olhar para trás e passar por isso”, disse Trump, segundo um repórter do jornal.
"Eu acho que seria muito, muito desagregador para o país”, afirmou ele, segundo citação.
“Eu não quero ferir os Clinton, eu realmente não quero. Ela passou por muita coisa e sofreu bastante de muitas maneiras diferentes.”
Se Trump realmente abandonar a sua promessa de campanha de apontar um promotor especial para Hillary, isso significaria reverter uma posição que ele mencionava diariamente durante a corrida eleitoral.
O FBI investigou o uso de um servidor privado de emails por Hillary quando ela era secretária de Estado, concluindo em julho que as suas ações foram descuidadas, mas que não havia base para indiciamento.
A Fundação Clinton também têm sido examinada por conta de doações recebidas, mas não há evidências de que doadores estrangeiros obtiveram favores do Departamento de Estado quando Hillary o comandava.
Ela disse que o seu uso do servidor privado foi um erro.
(Reportagem adicional de Gina Cherelus, Amy Tennery, Doina Chiacu e Susan Heavey)