Por Benet Koleka e Isla Binnie
TIRANA/ROMA (Reuters) - Dois marinheiros albaneses morreram nas operações de resgate de uma balsa de carros que pegou fogo na costa grega do Mar Adriático há dois dias, matando pelo menos 11 pessoas. Outras dezenas estão desaparecidas.
Os homens morreram quando um cabo que conectava o bote de salvamento ao casco em chamas do Norman Atlantic arrebentou e atingiu os dois, disseram a autoridade portuária da Albânia e a Marinha italiana.
Enquanto as operações de resgate continuavam, havia dúvidas sobre o número de pessoas na embarcação. Havia dezenas de nomes na lista de passageiros desaparecidos, mas nenhuma clareza sobre se eles haviam se afogado ou se estavam a bordo da balsa.
Também não estava claro quantas pessoas, incluindo imigrantes ilegais, podem ter embarcado sem registro. A Itália e a Grécia abriram investigações separadas sobre os motivos do incêndio, que começou em um dos andares inferiores da balsa.
Mais um corpo foi recuperado nesta terça-feira, levando o número de mortos para 11, afirmou a Marinha italiana, enquanto 427 pessoas foram resgatadas, número que ainda é inferior aos 478 nomes registrados na lista da balsa.
Helicópteros italianos e gregos e embarcações de resgate enfrentaram águas agitadas e ventos fortes por 36 horas, retirando dezenas de pessoas da parte superior da balsa enquanto o fogo continuava nos andares de baixo.
Passageiros resgatados começaram a chegar na Itália na segunda-feira e o navio anfíbio San Giorgio deve trazer outros sobreviventes para o porto de Brindisi mais tarde nesta terça-feira.
Ute Kilger, um sobrevivente alemão que chegou a Brindisi mais cedo nesta terça-feira, falou à Reuters: "Tive sorte, fui salvo depois de quase 24 horas. É um tempo longo para manter esperanças ou ter medo de que você irá morrer."
Um promotor público na cidade portuária italiana de Bari disse nesta terça-feira que 499 pessoas haviam embarcado na balsa e que 179 estavam desaparecidas. Não ficou claro como esse cálculo foi feito.
"Dado que a embarcação certamente estava levando imigrantes ilegais provavelmente escondidos no porão, tememos que iremos encontrar mais pessoas mortas assim que recuperarmos a balsa", afirmou o promotor Giuseppe Volpe.
Os dois marinheiros albaneses mortos nesta terça-feira faziam parte de uma equipe de oito pessoas que estavam trabalhando durante a noite para rebocar a balsa destruída, que era operada pela empresa grega Anek Lines.
A Albânia concordou em deixar os promotores de Bari apreender a balsa de bandeira italiana e investigar a causa do fogo, disseram Volpe e a promotoria geral da Albânia.
(Reportagem adicional de Roberto Mignucci e Carmelo Camilli, em Brindisi; de Angeliki Koutantou, em Atenas; e de Antonella Cinelli, em Roma)