Lançado em setembro de 2016 como uma plataforma digital para clientes de alta renda, o BTG Digital ganha cada vez mais importância dentro do BTG Pactual (SA:BPAC11). Em relatório divulgado nesta segunda-feira (17), por exemplo, o UBS estima que o BTG Digital já valha R$ 12 bilhões.
Desse total, R$ 10 bilhões foram considerados pelos analistas do UBS para calcular o valor justo do BTG Pactual. Para chegar a ele, Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Philip Finch, que assinam a análise, basearam-se no Valor Presente Líquido (NPV, na sigla em inglês) dos dividendos gerados pelo BTG Digital.
O banco suíço estima que a área digital do BTG atinja uma fatia de mercado de 8% em 2030, uma tarifa média de 0,75% para os ativos sob custódia, margem líquida de 17,5% e uma taxa de pagamento de dividendos de 75%.
Os R$ 10 bilhões correspondem a 14% do atual valor de mercado do BTG Pactual, calculado pelo UBS em R$ 71,6 bilhões. Quando foi lançado, em 2016, o objetivo era ser uma plataforma digital com produtos como fundos de investimentos para clientes de alta renda.
Estratégico
A partir de 2018, contudo, o BTG (SA:BPAC11) Digital ganhou um novo status dentro do banco, e passou a ser estratégico na disputa pelo mercado de varejo, à medida que outros bancos migravam para o mundo virtual – sem contar as fintechs.
Em outubro de 2018, por exemplo, quando o BTG todo valia perto de R$ 20 bilhões, seus diretores estimavam que o BTG Digital teria potencial para dobrar ou triplicar o valor do banco. É verdade que seu valor mais do que triplicou de lá para cá.
Resta saber se o BTG Digital já contribuiu com tudo o que podia para o movimento, ou se está apenas começando a ajudar André Esteves e seus sócios. Na semana passada, por exemplo, o BTG Pactual (SA:BPAC11) reportou lucro líquido de R$ 1 bilhão em 2019 – um salto de 42% sobre 2018.
De qualquer modo, o UBS projeta um preço-alvo para o BTG Pactual de R$ 82, com recomendação de compra. A cifra é próxima dos R$ 81,45 com que o papel fechou na quinta-feira (13), a referência do UBS.