Atualizada às 15h39 - Diferentemente do informado anteriormente, o BTG manteve o preço-alvo das ADRs em US$ 13
Investing.com - O BTG Pactual (SA:BPAC11) manteve o preço-alvo em US$ 13 para as ADRs da Vale negociadas na Bolsa de Nova York, recomendando compra. O banco de investimentos considera os papéis da mineradora a principal escolha do setor em relatório sobre mineração e siderurgia divulgado hoje (22).
O banco argumenta que as ADRs da Vale estão indiscutivelmente baratas, apesar de ainda apresentarem risco, principalmente por serem ações de commodity (normalmente não recomendadas durante recessões). Os papéis são impulsionados ainda pelos preços do minério de ferro, que voltaram a ultrapassar os US$ 100 por tonelada, com forte demanda chinesa e desafios de produção.
Segundo Leonardo Correa e Caio Greiner, que assinam o relatório, a Vale deve registrar Ebitda de cerca de US$ 16 bilhões para 2020. A valuation prevista para o ano é de 3,8x Ebitda. Ainda que uma queda no volume possa ocorrer como consequência da Covid-19, os preços da commodity devem compensar.
Nos preços atuais, o banco aponta que a Vale precifica em uma queda do minério de ferro para US$ 60 por tonelada, o que considera exagerado. Às 13h35 (horário de Brasília), os papéis da empresa na bolsa de Nova York (NYSE:VALE) eram negociados a US$ 10,45, alta de 1,31%. Já na B3 (SA:VALE3), as ações caíam 0,7%, para R$ 54,79.
A empresa deve, ainda, retomar os pagamentos de dividendos após o progresso nas iniciativas de reparação de Brumadinho. O BTG espera pagamentos no segundo semestre deste ano. Mesmo assim, considerando também os cerca de US$ 5,2 bilhões gastos com Brumadinho no ano, o banco vê a Vale terminando o ano ainda abaixo de 0,5x dívida líquida/Ebitda.
Minério de Ferro
O relatório também traça o cenário do mercado de minério de ferro, que opera em déficit após as interrupções no fornecimento ultrapassarem as interrupções na demanda até agora no ano.
Os preços mais uma vez superaram os US$ 100 por tonelada, nível que o BTG não considera sustentável, pois retomadas na capacidade de produção podem pressionar o preço a cair entre US$ 10 e US$ 15 no segundo semestre. A Covid impactou a produção de países como África do sul, Canadá, Peru e Brasil
A China representa cerca de 70% do mercado de minério de ferro e, com a retomada da economia no país e o recente pacote de investimento em infraestrutura aprovado pelo governo, o consumo deve acelerar
Em suma, o banco revisou sua previsão para 2020, agora a US$ 83,5 (anteriormente a US$ 78 por tonelada), e para 2021, agora a US$ 75 (ante US$ 70).