Investing.com - Em relatório distribuído na quinta-feira (9), o BTG Pactual reavalia o cenário para Ambev e, apesar de ver potencial de recuperação, destaca a dificuldade em prever a performance da empresa no curto prazo, devido à presença de fatores positivos e negativos no cenário. Os analistas do banco acreditam que a empresa tem vantagens em relação aos concorrentes e histórico de resiliência em crises, mas que o setor será fortemente impactado.
Às 11h07, as ações da Ambev (ABEV3) eram negociadas a R$ 14,70, baixa de 0,07%.
Vai piorar... mas piorar quanto?
Ainda que as previsões de curto prazo para a Ambev tenham sido fortemente impactadas pela pandemia de covid-19, a situação parece ter melhorado ao longo do trimestre. A empresa foi duramente afetada porque a venda de cerveja é muito associada a eventos que reúnem pessoas, que praticamente acabaram no cenário de distanciamento social. No entanto, ao longo do trimestre, notícias de concorrentes enfrentando dificuldades e o pacote de auxílio emergencial aprovado pelo governo, que impulsionou o consumo, foram benéficos para a empresa.
Além disso, há o fator positivo de que as vendas de cerveja no Brasil provavelmente serão melhores do que o previsto inicialmente. A estimativa do BTG (SA:BPAC11) é que os volumes do mercado cervejeiro caiam 13% em comparação ao mesmo período do ano passado, ante 15% previstos anteriormente.
Ainda, as iniciativas digitais da Ambev, mais avançadas do que as dos concorrentes locais, e as supostas dificuldades de alguns concorrentes ajudam a empresa a se recuperar.
No entanto, um cenário difícil ainda é esperado, considerando a queda nos valores unitários e uma piora no mix de produtos, visto que o consumo agora é predominantemente doméstico.
Para Thiago Duarte e Henrique Brustolin, analistas responsáveis pelo relatório, o cenário atual, que mescla fatores negativos e fatores de recuperação para a empresa, torna muito difícil prever a performance financeira de curto prazo da Ambev. Ainda assim, as previsões do banco são de R$ 10,6 bilhões para vendas líquidas e R$ 3,4 milhões para Ebitda.
Ações estão caras
Com a dificuldade de prever o cenário, o BTG mantém cautela com o case de investimento e recomendação Neutra, considerando que os papéis estão caros em relação aos concorrentes, 16% acima da média do setor considerando os ganhos previstos para 2021. O preço-alvo foi mantido em R$ 13 por ação.