Money Times - O minério de ferro em alta no segundo semestre e a consequente desalavancagem criada pelo fluxo de caixa livre de US$ 8 bilhões será o principal tema impulsionador das ações da Vale (SA:VALE3) no curto prazo, avalia o BTG Pactual (SA:BPAC11) em um relatório enviado a clientes neste domingo (27).
Com isso, estimam os analistas Leonardo Correa e Gerard Roure, o endividamento líquido da mineradora poderá cair a US$ 15 bilhões (sem considerar o impacto do Refis).
“Enquanto esperamos por novas atualizações sobre a sua estratégia de crescimento e diversificação, este efeito de desalavancagem irá continuar a ser o principal direcionador para o desempenho das ações no curto prazo, em nossa visão”, avaliam.
O banco calcula que os papéis negociam atualmente ao equivalente a US$ 58 dólares a tonelada, abaixo dos US$ 80 vistos no mercado à vista. Apesar desta diferença, Correa e Roure alertam que os preços no mercado parecem estar inflados e em níveis insustentáveis para usá-los como uma decisão para comprar os papéis da mineradora.
“Considerando a nossa curva de US$ 50 a US$ 55 no longo prazo e as nossas visões para os custos, não temos convicção de que esta é uma oportunidade em ‘valuation’, apesar de reconhecermos que o momento positivo de curto prazo continua favorável”, argumentam os analistas.
Ou seja, o BTG conclui que uma opção para o investidor é a de comprar as ações caso acredite na manutenção do minério de ferro acima de US$ 60 e vendê-las caso a commodity vá abaixo dos US$ 50.
“A Vale continua uma história interessante de crescimento com a nova equipe de administração e pronta para importantes mudanças em sua governança corporativa, o que irá reduzir a chance de interferência do governo dentro da companhia. Entretanto, a nossa visão cautelosa sobre a visão da direção do minério de ferro nos mantêm cautelosos – e precisamos lembrar que a mudança de US$ 1 no minério de ferro afeta o valuation em até US$ 5”, destacam.
Por Money Times