O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) manteve nesta quarta-feira, 21, o aval, sem restrições, à joint venture entre a Copa Energia, a Oiltanking Logística e a Queiroz Participações para construção e operação de novo empreendimento para armazenamento de gás liquefeito de petróleo (GLP), em terminal no Porto de Suape. A Superintendência-Geral do Cade aprovou a operação, mas a decisão teve pontos questionados pela Supergasbras Energia e a Ultragaz.
Relator do caso, o conselheiro Diogo Thomson rejeitou em sessão os argumentos levados pelas empresas. Segundo ele, as companhias pediram ao Cade uma análise mais aprofundada sobre a fórmula de distribuição da capacidade de armazenamento do terminal, que terá 30% reservado para concorrentes.
"Mesmo em cenários mais restritivos, ela a operação é pró-competitiva. Restou claro que a divisão de capacidade corresponde ao share atual", disse Thomson, segundo quem o empreendimento também não tem capacidade de alterar o cenário atual de contratação de VLGC (navio tanque de gás).
Uma das preocupações analisadas pelo Cade se deu também diante do temor de que o terminal resultado da joint venture entrasse em operação concomitantemente com uma eventual desativação do navio cisterna da Petrobras (BVMF:PETR4) que atua em Suape, que sofre com um déficit estrutural na capacidade de abastecimento do GLP. Segundo o relator do caso no Cade, contudo, não parece haver "intenção iminente" de remoção do navio, afastando ainda preocupações concorrenciais no caso mais extremo de a estrutura da Petrobras ser retirada do local.
Em outubro do ano passado, o presidente da Copa Energia, Caio Turqueto, reforçou que a companhia está participando do projeto em Suape para ampliar a capacidade de escoamento de GLP. Segundo ele, enquanto o navio da Petrobras tem capacidade de 45 mil toneladas, o novo terminal terá capacidade de 90 mil toneladas de GLP, disse Turqueto.