Por Gabriel Ponte
BRASÍLIA (Reuters) - A Caixa Econômica Federal anunciou nesta quinta-feira uma linha de crédito imobiliário com taxa fixa, medida que o presidente do banco estatal, Pedro Guimarães, afirmou que dará maior previsibilidade aos tomadores de empréstimo.
"Vamos permitir que pessoas tomem empréstimo por 20, 30 anos sabendo desde o primeiro dia quanto vão pagar", disse Guimarães em evento no Palácio do Planalto para o lançamento do produto.
O produto, que entra em vigor na sexta-feira, vale para financiar a compra de imóveis residenciais novos e usados, com quota de financiamento de até 80%. O cliente pode escolher entre sistema de amortização constante (SAC), para contratos de até 360 meses, ou Price, com prestações estáveis, até 240 meses.
Segundo o banco, a taxa vai variar entre 8% a 9,5% ao ano para clientes. Para os demais, a taxa será de 9,75% ao ano.
"Nosso foco é começar com operações de 10 bilhões de reais", disse Guimarães sobre o montante que pretende disponibilizar para esta linha inicialmente.
Segundo ele, a taxa fixa transfere o risco das operações do cliente para o banco e que o modelo permite securitização, venda da carteira, práticas já consolidadas em mercados maduros.
RISCOS
O vice-presidente de finanças e controladoria da Caixa, Gabriel Cardoso, minimizou os eventuais impactos de uma eventual piora futura dos indicadores macroeconômicos, como aumento da inflação, para o banco financiador.
"O banco faz hedge porque tem acesso no mercado a operações que conseguem imunizar o risco de mercado ou por alguma flutuação", disse.
Além disso, de acordo com ele, o orçamento familiar não será impactado na ocorrência de eventos adversos na economia, em razão das condições de contrato do financiamento já estarem definidas, desde o início.
Guimarães havia anunciado em janeiro que a Caixa lançaria uma linha imobiliária prefixada.
A medida anunciada nesta quinta-feira integra a estratégia de ampliar os tipos de produto de financiamento imobiliário, que mercado que a Caixa lidera, com mais de 60%. No segundo semestre de 2019, o banco havia anunciado uma linha indexada ao IPCA.
(Edição de Paula Arend Laier e Eduardo Simões)