SÃO PAULO (Reuters) - A norte-americana Cargill, gigante do agronegócio, reduziu o volume de produtos movimentados no Brasil em 2016, mas conseguiu elevar o lucro na operação local em 61 por cento, favorecida por uma melhora em seu desempenho financeiro.
A Cargill originou, processou e comercializou 24 milhões de toneladas de produtos em 2016, queda ante 28 milhões em 2015, segundo balanço divulgado em jornais nesta quarta-feira.
A companhia não publicou detalhes sobre os produtos movimentados, mas como uma das maiores exportadoras de grãos do país e uma grande processadora de alimentos vegetais, esteve sob influência em 2016 de uma forte quebra na safra de milho do país, por intempéries climáticas.
"O mercado do agronegócio continua a se expandir e em grande parte se mostra resiliente aos desafios da economia (brasileira)", disse a empresa no comunicado.
A companhia registrou lucro líquido consolidado de 670 milhões de reais no país, ante 416 milhões em 2015, segundo o relatório.
Ao contrário de 2015, quando a empresa teve prejuízo com a variação cambial, em 2016 o resultado deste tipo de operação foi positivo em cerca de 600 milhões de reais.
Em termos de receita líquida, a Cargill no Brasil teve um pequeno avanço, de 0,7 por cento, somando 32,31 bilhões de reais em 2016.
LOGÍSTICA
A empresa destacou também que está em fase de conclusão das obras de ampliação do terminal exportador de grão de Santarém, às margens do rio Amazonas, no Pará, onde pretende ampliar a capacidade para 5 milhões de toneladas anuais, ante 2 milhões anteriormente.
"Os investimentos na área de logística avançaram durante o ano. Para a companhia, a região Norte é fundamental no escoamento da produção graneleira", disse a empresa no comunicado.
O investimento na expansão de Santarém é de 240 milhões de reais.
A Cargill disse que boa parte desse volume adicional de grãos chegará a Santarém por meio barcaças carregadas no terminal de transbordo de Miritituba/Itaituba, na beira do rio Tapajós. "O novo terminal de transbordo rodo-fluvial... está sendo finalizado", destacou a empresa.
Os terminais que operam na região de Miritituba são abastecidos por caminhões graneleiros vindos de Mato Grosso pela BR-163, que corta o Pará de sul a norte. A rodovia foi foco de problema para as tradings no início deste ano quando fortes chuvas provocaram atoleiros nos trechos não asfaltados, interrompendo por dias o fluxo de grãos e causando prejuízos milionários às empresas.
(Por Gustavo Bonato)