Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Carrefour (SA:CRFB3) Brasil comunicou que todo o resultado de vendas desta quinta-feira e da sexta-feira será revertido para ações orientadas pelo recém-formado Comitê Externo de Livre Expressão sobre Diversidade e Inclusão.
A criação do comitê é uma das medidas adotadas pelo grupo após João Alberto Silveira Freitas ser espancado até a morte no último dia 19 por seguranças que atuavam em uma loja da rede em Porto Alegre (RS).
A rede também afirmou que pretende retornar em 15 dias com um plano detalhado de orientação e embasamento das ações.
De acordo com o comunicado enviado no final da quarta-feira, em respeito à morte de Freitas, todas as lojas do Carrefour no país deverão estar fechadas até as 14h desta quinta-feira, sendo reabertas com um minuto de silêncio.
"Durante esse período, todos os colaboradores passarão por mais uma ação em reforço à conscientização no combate à discriminação racial", afirmou a companhia.
A unidade do Carrefour no bairro Passos D'Areia em Porto Alegre, onde ocorreu o assassinato, estará fechada todo o dia 26 de novembro.
Os recursos se somam aos 25 milhões de reais aportados em fundo para promover a inclusão racial e o combate ao racismo e ao resultado de vendas do dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.
O Carrefour também anunciou que uma série de medidas, incluindo cláusula de combate ao racismo, serão inseridas em todos os contratos com fornecedores e, se comprovado o fato, seu descumprimento implicará em rompimento do contrato.
A companhia também prometeu revisão do modelo de validação das empresas de segurança terceirizadas e dos procedimentos junto com as associações de segurança privada e de transporte.
Também afirmou que haverá metas anuais para a formação e ascensão em carreiras dentro do Carrefour, em diferentes áreas, de pessoas negras. Haverá metas específicas para ocupação de cargos de liderança por pessoas negras.