RIO DE JANEIRO (Reuters) - Ao menos cinco grupos empresariais já manifestaram o interesse em participar do leilão de privatização da distribuidora de energia goiana Celg-D, que deveria ter acontecido em agosto mas foi reprogramado para novembro desse ano por falta de interessados na oferta inicial, disse nesta quarta-feira o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa.
Representantes do governo federal, da controladora Eletrobras (SA:ELET3), do governo de Goiás, que também é acionista da distribuidora, e do BNDES receberam potenciais interessados na Celg-D nesta quarta-feira, na sede do banco, para apresentar os números e as perspectivas para a empresa.
Depois do adiamento do leilão de agosto, o governo federal definiu um novo valor mínimo para a venda da Celg-D em 1,792 bilhão de reais, ante 2,8 bilhões estabelecidos anteriormente como preço mínimo.
"Cinco grupos, ou 7 empresas, estão olhando a companhia (Celg-D) e isso pode crescer mais. Achamos natural que algumas entrem juntas e é natural que uma empresa entre na disputa com um operador", disse Pedrosa a jornalistas.
"Distribuição não é um negócio da natureza da Eletrobras e foi um peso para a Eletrobras nos últimos anos, e por isso também ela perdeu valor nos últimos anos", afirmou o executivo.
As empresas interessadas em adquirir a Celg-D incluem a CPFL Energia (SA:CPFE3), que está em processo de aquisição pela State Grid; a Neoenergia, controlada pela Iberdrola (MC:IBE); Enel (MI:ENEI); Energisa (SA:ENGI4) e Equatorial Energia (SA:EQTL3), disse Pedrosa.
A ideia é que o novo edital de venda da Celg-D seja publicado em outubro para que o certame seja realizado em novembro, com perspectiva de assinatura de contrato em janeiro de 2017.
"Esperamos que saia acima do valor mínimo", disse o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr.
OUTRAS DISTRIBUIDORAS
A Eletrobras espera conseguir vender outras seis distribuidoras de energia que tem no Norte e no Nordeste do país no segundo semestre de 2017, afirmou o presidente da companhia.
A estatal quer aumentar a produtividade dessas distribuidoras e conseguir medidas como revisão tarifária extra, para tornar os ativos, hoje deficitários, em empresas mais atraentes ao mercado, completou o executivo.
"Não queremos vender pelo valor da dívida, esperamos receber recursos", disse Ferreira Jr., ressaltando que ainda não foi definido se as empresas serão vendidas individualmente ou se poder ser oferecidas em blocos.
(Por Rodrigo Viga Gaier)