O futebol é uma atividade economicamente relevante que gera emprego e renda, e é importante ter possibilidade de desenvolver a atividade dos clubes com segurança e governança, disse ontem, 16, Gilson Finkelsztain, presidente da B3 (BVMF:B3SA3), em debate sobre as Sociedades Anônimas de Futebol (SAF).
Finkelsztain disse que há R$ 7 trilhões no mercado de capitais brasileiro, e a Lei das SAF permite que a gestão dos clubes se aproxime do capital disponível. A lei foi aprovada em 2021, e em agosto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou parecer com seu entendimento sobre as normas para acesso ao mercado.
"Todos os clubes da série A têm faturamento similar a empresas que já estão na B3", disse o executivo, ressaltando o potencial de participação no mercado.
O senador Carlos Coutinho (PL-RJ), relator da Lei das SAF, disse que a legislação é transformadora cultural e economicamente. "A partir de agora, com novas regulamentações, haverá aportes maiores nos clubes. Em breve, veremos investimentos dos torcedores. A lei permite modelos completamente distintos."
Os clubes poderão se tornar sociedades anônimas e aguardar o melhor momento para fazer emissões, comentou o senador. As SAF podem abrir capital, lançar debêntures, promover crowdfunding, montar fundos de investimentos e fazer securitização, diz o parecer editado em agosto pela CVM.
Ainda no bojo do debate sobre as SAF, Finkelsztain também afirmou que o mercado de capitais está na iminência de mais um movimento de sofisticação, dando um novo passo no processo que vem desde 2017 e 2018.
Coutinho e Finkelsztain participam do 2º Seminário Brasileiro sobre Futebol, a Lei da SAF e o Mercado de Capitais, realizado pela Associação dos Advogados de São Paulo (AASP, Migalhas e Instituto de Direito Societário Aplicado, IDSA).