O dólar hoje avançou ante divisas fortes e emergentes na sessão desta terça-feira, 8, apoiado pela forte aversão ao risco após a divulgação de dados da balança comercial da China, que apontaram recuo além do esperado tanto nas importações quanto nas exportações do país, alimentando dúvidas sobre o desempenho da economia global nos próximos meses. Comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) da Filadélfia, Patrick Harker, que reforçam a divergência de pensamento entre os dirigentes do banco central americano sobre o futuro da {{cl-168||política monetária}} do país ficaram no radar dos investidores.
Por volta das 17 horas (de Brasília), o dólar avançava a 143,41 ienes, o euro cedia a US$ 1,0962 e a libra tinha queda a US$ 1,2747. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, tinha alta de 0,47%, a 102,528 pontos.
Novos sinais de fraqueza na economia da China injetaram cautela nos mercados internacionais, pesando sobre ativos de risco e aumentando a procura pela renda fixa e pelo dólar dos Estados Unidos. CEO da deVere, Nigel Green avalia que os riscos deflacionários da China podem contagiar outras economias, criando um ambiente deflacionário global que pressionaria bancos centrais a mudar agressivamente suas políticas monetárias para uma estratégia de acomodação.
Green aponta ainda que investidores devem monitorar de perto dados da inflação ao consumidor (CPI, em inglês) e ao produtor (PPI, em inglês) da China, divulgados hoje à noite.
Segundo a Convera, este cenário enfraqueceu principalmente as moedas europeias, considerando que a China é um dos maiores parceiros comerciais do continente. Além dos sinais fracos da recuperação chinesa, as divisas são abaladas pelo enfraquecimento econômico do próprio bloco, que lança incertezas sobre o pico do aperto monetário do Banco Central Europeu (BCE) e, por consequência, da possibilidade de uma vantagem no diferencial de juros com os EUA.
Para a Bannockburn, a aversão ao risco também foi intensificada combinação da queda pelo rebaixamento de dez bancos pequenos e médios dos EUA pela Moody's, que renovou temores bancários e ampliou vantagem do dólar sobre divisas de países do G10.
Entre emergentes, o dólar blue ganhou força nesta tarde, revertendo perdas de mais cedo e se aproximando da marca recorde de 600 pesos argentinos, conforme monitoramento do jornal Ámbito Financeiro.
O movimento ocorre dias antes das eleições primárias da Argentina e, segundo o Ámbito Financeiro, em meio a uma estratégia do BC argentino para ampliar a desvalorização da moeda no mercado oficial, como objetivo de cumprir o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). No horário citado, o dólar blue tinha alta a 598 pesos argentinos no mercado paralelo. No mercado oficial, o dólar avançava a 284,206 pesos argentinos.