Investing.com – Após a instituição financeira Andbank anunciar Rodolfo Pousa e Matheus Wolf como CEO e Deputy CEO, visando alavancar os resultados no mercado brasileiro, a expectativa é de consolidação como familly office voltado exclusivamente à alta renda, seja de clientes pessoa física ou jurídica.
Em entrevista exclusiva ao Investing.com Brasil, Rodolfo Pousa destaca que o foco não é a escala, mas alta qualidade dos produtos oferecidos para um mercado exigente e competitivo.
O grupo financeiro global é especializado em private banking e gestão de investimentos. As operações ocorrem em um total de 11 países com 5 gestoras de fundos, 6 empresas de consultoria e gestão de patrimônio, 4 corretoras e 4 licenças bancárias em Andorra, Espanha, Luxemburgo e Mônaco.
Em todo o mundo, o grupo contabilizou lucro de 30 milhões de euros no ano passado, com R$ 210 bilhões sob gestão. No Brasil, o grupo possui um banco, com andamento de M&A com a Creditas, além de uma corretora e uma gestora. O país fica no quarto lugar entre as maiores participações da companhia e a operação local mira abrir espaço em busca do segundo lugar.
Investing.com – A nível global, a especialização é em private banking e gestão de investimentos. Qual o foco da estratégia para Brasil em tipo de operação e segmento de clientes, institucional ou varejo?
Rodolfo Pousa – A nossa essência, a história do banco, ela mostra isso. Estamos falando de um grupo financeiro de mais de noventa e três anos de idade, que nasceu em Andorra, fruto da união de dois bancos de duas famílias, que tinham os seus bancos proprietários. Tendo essa expertise dentro de casa, começou e um movimento de expansão para o globo.
Aqui no Brasil, a gente não vai fugir disso. Nosso foco é 100% em boutique de banking um diferencial que perante a concorrência. A gente é um banco, uma corretora de valores, a gente tem uma gestora também no Brasil e uma empresa de consultoria, ou seja, temos uma arquitetura extremamente completa e robusta, mas de uma boutique, porque a gente se limita a focar naquilo que é a nossa essência, naquilo que a gente faz bem. O nosso cliente é de grandes fortunas, a gente foca em famílias que tenham ao menos R$5 milhões de liquidez de investimento conosco. Como fazer gerir grandes clientes está muito mais relacionado a prestar soluções, é preciso então escutar, estar próximo do cliente. O foco não é ter um negócio de escala, mas de alta qualidade.
Inv.com – Quais as principais metas a serem alcançadas pelo grupo?
Pousa – Nossa missão é trazer uma abordagem mais completa para o que a gente já vem fazendo aqui no Brasil. Enxergamos hoje uma oportunidade enorme no posicionamento de family office, é abraçar o cliente 360 graus. É a grande filosofia que a gente persegue. Temos cada vez mais investido e estruturado todas as áreas que compõe o no Brasil para conseguir prover ao cliente essas soluções completas.
Eu diria que a plataforma e produto hoje em dia é commodity, falamos muito disso dentro de casa, ou seja, a nossa diferenciação ela vai se dar muito mais pelo processo de investimento, como a gente vai fazer esse processo, essa diligência, essa curadoria. Então é o capital intelectual que é o diferencial, não o produto.
Além disso, temos uma estrutura internacional presente no Brasil, o que reflete muito a nossa globalidade, a gente respira o mercado internacional, isso é muito produtivo no que tange o fluxo de troca de informações e ideias das áreas de investimentos presentes em todos os lugares.
Quanto maior for o cliente, você tem a diversificação de investimento tanto local quanto internacional e principalmente de moedas, tendo a possibilidade não só de estar lastreada em real, mas também uma moeda forte que seria o dólar ou até mesmo o euro.
Ainda, temos na casa que é a área de planejamento patrimonial, pois temos percebido ao longo do tempo que as demandas dos clientes giram em torno muitas das vezes de demandas sucessórias, eficiência tributária.
Estamos passando por uma medida provisória que pode ser aprovada ou não, isso tá super vigente, podemos sim ter agilidade e eficiência tributária para tomar algumas decisões de qual veículo de investimento que a gente direcionar ao cliente.
Inv.com – Qual a visão da nova gestão para o futuro da companhia, mudanças previstas? Algum outro ponto ou mensagem que gostaria de deixar neste momento?
Pousa – Para completar, vou destacar que temos aqui dentro de casa uma área de mercado de capitais muito ativa, a gente colocou muita energia aqui e hoje tem sido um diferencial. Nós percebemos que o nosso cliente, eu brinco, ou ele recebe de um CNPJ ou ele é dono de um CNPJ. Me parece não fazer sentido não ter uma conversa se a gente se se predispõe a ser um family office, abraçado em todas as demandas, precisamos entender quais são os anseios dele com relação às demandas corporativas, assessoramos na parte de dívida, eu ajudo meu cliente a levantar capital, então tem capital de giro, eu assessoro o meu cliente na parte de fusões e aquisições, eu estruturo, etc.
A nossa essência é investimento, é disso que a gente fala vinte e quatro horas por dia, mas muitas das vezes, a porta de entrada dele no Brasil não se dá por um investimento trivial, mas a a gente acha que o cliente vai ver valor em estar conosco quando ele percebe que ele tem vários anseios, várias preocupações, várias demandas, e a gente consegue prover as soluções.