Por Gabriel Codas
Investing.com - Na abertura da sessão desta quinta-feira na bolsa paulista, as ações da Via Varejo (SA:VVAR3) abriram com desvalorização e, em seguida entraram em leilão. Os papéis chegara a perder 2,80% a R$ 5,55. O retorno dos negócios dos papéis impulsionou para uma forte valorização, acima do Ibovespa, que tem o terceiro dia de apetite a risco.
Por volta das 11h00, as ações da Via Varejo saltavam 10,16% a R$ 6,30. O Ibovespa registrava ganhos de 4,21% a 78.111 pontos. A forte alta era decorrente da avaliação de que havia sinalizações de melhora no balanço da companhia.
Resumo da primeira hora de negociação: análise do balanço
O vai-e-vem das ações da Via Varejo é decorrente do balanço doo quarto trimestre de 2019 da companhia, com prejuízo contábil de R$ 875 milhões, afetado por ajustes não recorrentes de R$ 953 milhões, de acordo com dados disponíveis na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Excluindo os ajustes não recorrentes, entre eles contingências de R$ 1,3 bilhão, grande parte ligada à investigação de fraude contábil, a dona das redes C asas Bahia e Ponto Frio teve um lucro operacional de R$ 78 milhões nos últimos quatro meses do ano passado.
Mesmo sem os ajustes, o lucro operacional ficou abaixo do consenso de R$ 195 milhões. No último trimestre de 2018, a companhia teve prejuízo de R$ 282 milhões.
Visão dos analistas
Para a XP Investimentos, a Via Varejo trouxe algumas sinalizações positivas que mostram que a companhia conseguiu estabelecer algumas fortalezas nesse curto período de tempo que serão importantes ao longo dos próximos meses.
A equipe destaca três pontos: o avanço no canal online, a melhoria da rentabilidade e relacionamento com fornecedores e a capacidade de execução, com a nova gestão em curto período de tempo, o que mostra a nova realidade em que a companhia se encontra.
A companhia também comunicou que foram encontradas evidências de fraude contábil em seus resultados após conclusão de investigação independente na esteira de denúncias anônimas recebidas pela Via Varejo em setembro e outubro de 2019.
Conforme o relatório, houve manipulação da provisão para processos trabalhistas da companhia e diferimento indevido na baixa de ativos e contabilização de passivos fora de suas respectivas competências mensais. Também ocorreram falhas de controles internos resultando em erros nas contas de provisão para processos trabalhistas e depósitos (garantias) judiciais.
“O valor final apurado dos ajustes às demonstrações financeiras do quatro trimestre de 2019, decorrentes dos achados da Investigação, incluindo efeitos de fraudes, erros e mudanças de estimativa, é de 1,190 bilhão de reais (786 milhões líquidos de impostos)”, afirmou em fato relevante.
Desse total, aproximadamente 1,169 bilhão de reais se referem a correção de erros e de mudanças de estimativa no intuito de refletir de maneira mais precisa os riscos da companhia e 20,8 milhões de reais aos efeitos das fraudes identificadas ao longo da investigação.
Com Reuters.