PEQUIM (Reuters) - O famoso comentarista chinês Hu Xijin disse neste sábado que apagou um tuíte alertando para retaliação militar se jatos de combate dos Estados Unidos escoltarem a presidente da Câmara dos Deputados do país, Nancy Pelosi, durante uma visita a Taiwan. Ele disse que apagou a mensagem após o Twitter bloquear sua conta.
Pelosi, terceira na linha de sucessão da presidência dos EUA, após Joe Biden e a vice-presidente, Kamala Harris, sinalizou na sexta-feira que estava embarcando em uma viagem à Ásia.
Ela não mencionou Taiwan, mas especulações sobre a sua visita à ilha reivindicada por Pequim se intensificaram nos últimos dias, alimentando tensões além do Estreito de Taiwan.
O presidente chinês, Xi Jinping, avisou Biden em um ligação telefônica na quinta-feira que Washington deveria seguir o princípio de “Uma China” e que “quem brincar com fogo perecerá por ele”.
Hu, ex editor-chefe do tabloide estatal Global Times, escreveu no microblog: “Eu transmito a mensagem: se o Exército dos EUA enviar jatos de combate para escoltar Pelosi a Taiwan, isso levará a natureza vil dessa visita a outro nível e constituirá uma agressão”.
Se Pelosi visitar Taiwan, Hu, um incendiário nacionalista com muitos seguidores no Twitter, escreveu: “Nossos jatos de combate deveriam executar todas as táticas obstrutivas. Se elas ainda forem ineficazes, eu acho que será ok derrubar o avião de Pelosi."
Hu disse que apagou o tuíte para desbloquear sua conta, que havia sido trancada porque o conteúdo da mensagem violou as regras da plataforma e tinha que ser apagado pelo dono da conta.
O Twitter não respondeu a um pedido de comentário.
Na sexta-feira, um porta-voz de segurança nacional da Casa Branca disse que os EUA não viram evidências de ações militares iminentes da China contra Taiwan, ao ser questionado sobre uma possível visita de Pelosi à ilha.
Visitas de autoridades norte-americanas a Taiwan são fonte de tensão entre Pequim e Washington, que não tem laços diplomáticos oficiais com Taiwan, mas é obrigado por lei a fornecer à ilha meios de se defender.
Os Estados Unidos têm grande presença militar na região da Ásia-Pacífico, incluindo em torno do Mar do Sul da China, pelo qual um porta-aviões dos EUA estava atravessando, como parte do que a Marinha dos EUA disse ser uma patrulha de rotina.
(Por Ryan Woo)