DUBLIN (Reuters) - A Ryanair não vai adicionar aviões novos em rotas no Reino Unido no próximo ano e vai focar na União Europeia depois que os britânicos decidiram em referendo sair do bloco europeu, afirmou o presidente-executivo da companhia aérea irlandesa, Michael O'Leary, ao Wall Street Journal.
A companhia aérea de baixo custo, maior da Europa em número de passageiros, leva 40 milhões de seus mais de 100 milhões de passageiros por ano para e do Reino Unido e tem como maior centro o aeroporto de Stansted, em Londres.
As ações da Ryanair acumularam queda de mais de 23 por cento desde o referendo britânico, na quinta-feira passada.
O'Leary, um dos líderes empresariais mais proeminentes na campanha a favor da manutenção do Reino Unido na UE, já vinha alertando repetidamente que iria cortar investimento no país se o voto pela saída do bloco vencesse.
"Vamos concentrar todo nosso crescimento na União Europeia", disse O'Leary ao jornal em entrevista publicada nesta segunda-feira. Ele acrescentou que as metas de crescimento da empresa continuam as mesmas.
O'Leary afirmou que espera que o Reino Unido negocie algum tipo de acesso ao mercado da UE, mas, se isso fracassar, a Ryanair poderia buscar uma licença de operação no Reino Unido.
Ele disse que espera três ou quatro meses de "considerável incerteza" sobre os impactos do referendo britânico, mas previu repercussões limitadas sobre reservas de viagens no curto prazo no Reino Unido.
(Por Conor Humphries)