PARIS (Reuters) - As companhias aéreas globais alertaram nesta terça-feira que a indústria afetada pelo Covid-19 está em vias de queimar mais 77 bilhões de dólares no segundo semestre, pedindo aos governos que renovem os programas de apoio financeiro que estão expirando.
"A questão agora é que a ajuda está começando a ser retirada", disse Brian Pearce, economista-chefe da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), a jornalistas.
As companhias aéreas consumiram 51 bilhões de dólares em dinheiro no segundo trimestre, quando a pandemia quase paralisou as viagens globais, disse o órgão do setor.
O pedido de mais apoio veio quando as companhias aéreas dos EUA começaram a demitir mais de 32 mil empregados em meio à esperança de um novo pacote de resgate. Os programas de apoio também estão diminuindo na Europa e em outros lugares.
A Iata alertou sobre novas falências de companhias aéreas no inverno do Hemisfério Norte, já que o colapso na receita tem reduzido a economia de custos. Uma empresa média agora tem caixa para 8,5 meses de operação, disse Pearce.
"Estamos enfrentando alguns meses difíceis para companhias aéreas, com os fluxos de caixa são sazonalmente fracos", disse ele. "Estamos vendo as companhias aéreas entrarem em apuros, ou falirem se não tiverem mais apoio estatal ou não forem capazes de acessar mercados de capitais para obter mais dinheiro."
Empresas aéreas estão pressionando por um sistema global de testes Covid-19 pré-voo para substituir quarentenas e restrições de viagens que elas acusam de agravar o colapso das viagens.
(Reportagem de Laurence Frost)