Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A estatal paranaense Copel (SA:CPLE6) pretende focar sua atuação em transmissão de energia em seu Estado de origem e regiões mais próximas para reduzir custos operacionais, o que poderá passar pela revisão de seu portfólio de empreendimentos, com trocas ou vendas de ativos, afirmou nesta quarta-feira o diretor de Relações com Investidores da companhia, Luiz Eduardo Sebastiani.
O executivo, que falou com jornalistas após encontro da Copel com investidores em São Paulo, também confirmou que o governo do Paraná pretende reduzir sua fatia na companhia para fazer caixa, mas ressaltou que isso não envolveria a troca do controle da elétrica, que continuaria com o Estado.
Sobre os planos para a área de transmissão, Sebastiani explicou que a Copel já iniciou conversas com a Eletrosul, subsidiária da Eletrobras (SA:ELET3) que atua principalmente no Sul do país, para avaliar trocas de participações das companhias em linhas de energia, de modo que a Copel fique com empreendimentos mais próximos do Paraná e não tenha redução de receitas.
Ele disse que a Copel também poderá avaliar a venda de empreendimentos no Norte e Nordeste do país, como uma linha no Maranhão que a companhia possui em parceria com a espanhola Elecnor e linhas no Norte, nas quais é sócia da chinesa State Grid. "Mas isso ainda é somente uma hipótese", ressaltou.
O diretor disse que a Copel não precisa vender ativos para reduzir sua alavancagem, que tem subido nos últimos trimestres, e defendeu que as eventuais negociações citadas estão associadas a uma revisão estratégica da companhia em busca de melhor sinergia e eficiência.
Ele também disse que a Copel poderá, se necessário, vender ações que possui na companhia de saneamento do Paraná, Sanepar, mas que a operação não está sendo avaliada no momento porque os preços do ativo estão baixos frente aos rendimentos que ele proporciona à companhia por meio de dividendos.
GOVERNO ESTUDA VENDA
Sebastiani disse que o governo do Paraná estuda vender suas ações da Copel que excedem o mínimo necessário ao exercício do controle da companhia.
O Estado do Paraná detém 31 por cento do capital da Copel, ou 58,6 por cento das ações ordinárias.
O executivo disse que se esse movimento for adiante os papéis da companhia poderão ganhar mais liquidez, mas que a decisão cabe ao governo e não interfere nos negócios da companhia.
DISTRIBUIÇÃO
A Copel demonstrou boas expectativas quanto a seus negócios na distribuição de energia elétrica, segundo o superintendente de mercado, Artur Felipe Pessuti.
Ele afirmou que o quarto ciclo de revisão das tarifas da distribuidora do grupo, concluído em junho, deverá melhorar significativamente os resultados da empresa, ao elevar a base de remuneração da concessionária para 4,9 bilhões de reais, ante 2,5 bilhões na revisão anterior.
Ele disse que a distribuidora Copel-D deverá somar uma geração de caixa medida pelo Ebitda de entre 650 milhões e 700 milhões de reais nos próximos 12 meses, ante um Ebitda negativo de 197,7 milhões de reais no primeiro semestre de 2016.
"A gente sabe que nem todos acreditam (nessa meta), até pelos históricos dos últimos trimestres, mas é essa expectativa que a gente tem", disse Pessuti.