SÃO PAULO (Reuters) - A estatal paranaense de energia Copel espera para a próxima semana a publicação de uma Medida Provisória que alteraria as regras para a realização, pelo governo, de leilões de hidrelétricas cuja concessão venceu, disse em teleconferência nesta sexta-feira o presidente da empresa, Luiz Fernando Vianna.
Segundo o executivo, essa MP traria mudanças significativas, permitindo que a vencedora da licitação fique com uma parcela da energia das usinas, o que melhoraria "bastante" as condições para as empresas --que pelas atuais regras devem direcionar toda a produção para as distribuidoras, em cotas, por tarifas baixas, que cobrem apenas custos de operação e manutenção.
"A expectativa que temos é de que a regra criada lá atrás, com a MP 579 (de 2012), altere significativamente. Você teria uma parte da energia que viraria cotas e outra parte que não. Obviamente que isso vai depender de uma licitação, mas as condições melhoraram bastante", disse o executivo.
O governo determinou, em uma portaria publicada em maio, que seja realizado em setembro uma licitação para ofertar ao mercado usinas cujas concessões venceram, o que envolve hidrelétricas de Copel, Cemig (SA:CMIG4) e Cesp (SA:CESP5), entre outras empresas.
Segundo Vianna, caso essa mudança se concretize, a Copel entraria no leilão para disputar as usinas Parigot de Souza, com 260 megawatts, e Mourão I, de 8,2 megawatts, cujo contrato de concessão venceu no início de julho.
Essas usinas pertenciam à Copel, que segue como responsável pela operação de ambas até a realização do leilão.
"Vamos nos empenhar nessas usinas, ainda mais com (essa perspectiva de ter) 30 por cento, 40 por cento, alguma parte dessa energia para podermos comercializar no futuro, seja no mercado livre, seja no regulado. Essa é nossa grande expectativa para o segundo semestre", disse Vianna.
Questionado por analistas, o presidente também disse que a Copel "está analisando a possibilidade" de disputar o próximo leilão de transmissão, com foco no terceiro circuito de linhas que escoarão a energia da hidrelétrica de Teles Pires.
A estatal paranaense já venceu, em 2012, a licitação para construir uma parte do sistema de transmissão da usina, em parceria com a chinesa State Grid.
Em relação aos certames de geração, Vianna adiantou que a companhia decidiu não participar do leilão de energia solar deste ano. "Vamos esperar os próximos", disse.
(Por Luciano Costa)