SÃO PAULO (Reuters) - A estatal paranaense de energia Copel (SA:CPLE6) pretende realizar ainda neste ano um leilão para a venda de sua unidade de telecomunicações, disse nesta sexta-feira o presidente da companhia, Daniel Slaviero.
Um documento com informações sobre o ativo e o processo de venda deverá ser divulgado na segunda-feira, acrescentou o executivo, ao participar de teleconferência com acionistas e investidores.
"A expectativa é de realizar o leilão até o final do ano, se as condições de mercado assim o permitirem", afirmou ele, em referência a momentos de turbulência vividos nos mercados financeiros globais desde o início de uma pandemia de coronavírus.
"Um teaser com detalhes adicionais do negócio a partir de segunda estará disponível em nosso site e esclarecimentos (aos interessados no processo) poderão ser feitos com o Rothschild,", disse Slaviero, referindo-se ao banco que tem apoiado a empresa no desinvestimento.
O executivo afirmou também que o conselho de administração da Copel aprovou recentemente a continuação de estudos sobre a alienação da subsidiária de telecomunicações.
"Nós demos passos significativo nesta semana. Se não fosse a crise do Covid, certamente já estaríamos fazendo a aprovação final desse processo."
Analistas do BTG Pactual (SA:BPAC11) apontaram em relatório no ano passado que a venda da Copel Telecom poderia levantar entre 1,6 bilhão e 1,8 bilhão de reais para a Copel.
INVESTIMENTOS E AQUISIÇÕES
Executivos da Copel ainda disseram durante a teleconferência desta sexta-feira que a empresa tem se esforçado para não cortar investimentos mesmo em meio à pandemia de coronavírus e ainda poderá aproveitar o atual momento para avaliar oportunidades de aquisição.
O programa de aportes da Copel prevê 2 bilhões de reais para 2020, com cerca de 1 bilhão de reais para a unidade de distribuição de energia do grupo, a Copel-D.
"Estamos fazendo de tudo para não afetar esse plano de 2 bilhões de reais mesmo com as incertezas da Covid", disse o diretor financeiro, Adriano Rudek de Moura.
Já o presidente da elétrica destacou que a Copel está em situação "sólida" para enfrentar o atual cenário, com boa posição de caixa e alavancagem em queda, além de volume não significativo de dívidas a vencer em 2020.
Ele também ressaltou que a companhia concluiu recentemente grandes projetos que demandaram elevados aportes e esforços nos últimos anos.
"Isso nos abre atenção à compra de ativos ´brownfield´ que possam surgir no mercado diante da crise do Covid. Estamos com o radar atento para eventuais oportunidades", afirmou.
(Por Luciano Costa)