SÃO PAULO (Reuters) - A estatal paranaense Copel (SA:CPLE6) pretende focar sua atuação em transmissão de energia em seu Estado de origem e regiões mais próximas para reduzir custos operacionais, o que poderá passar pela revisão de seu portfólio de empreendimentos, com trocas ou vendas de ativos, afirmou nesta quarta-feira o diretor de Relações com Investidores da companhia, Luiz Eduardo Sebastiani.
Segundo ele, a companhia já iniciou conversas com a Eletrosul, subsidiária da Eletrobras (SA:ELET3) que atua principalmente no Sul do país, para avaliar trocas de participações das companhias em linhas de transmissão, de modo que a Copel fique com empreendimentos mais próximos do Paraná e não tenha redução de receitas.
O executivo falou com jornalistas após encontro da Copel com investidores em São Paulo.
Ele disse também que a Copel também poderá avaliar a venda de empreendimentos no Norte e Nordeste do país, como uma linha no Maranhão que a companhia possui em parceria com a espanhola Elecnor e linhas no Norte, nas quais é sócia da chinesa State Grid. "Mas isso ainda é somente uma hipótese", ressaltou.
O diretor disse que a Copel não precisa vender ativos para reduzir sua alavancagem, que tem subido nos últimos trimestres, e defendeu que as eventuais negociações citadas estão associadas a uma revisão estratégica da companhia em busca de melhor sinergia e eficiência.
Ele também disse que a Copel poderá, se necessário, vender ações que possui na companhia de saneamento do Paraná, Sanepar, mas que a operação não está sendo avaliada no momento porque os preços do ativo estão baixos frente aos rendimentos que ele proporciona à companhia por meio de dividendos.
DISTRIBUIÇÃO
A Copel demonstrou boas expectativas quanto a seus negócios na distribuição de energia elétrica, onde a companhia já vê um início de retomada na demanda dos clientes, que deve fechar este ano estável ou com leve queda ante 2015, segundo o superintendente de mercado, Artur Felipe Pessuti.
Ele afirmou ainda que o quarto ciclo de revisão das tarifas da distribuidora do grupo, concluído em junho, deverá melhorar significativamente os resultados da empresa, ao elevar a base de remuneração da concessionária para 4,9 bilhões de reais, ante 2,5 bilhões na revisão anterior.
"Essa foi a principal notícia do ano... incrementou significativamente a base de remuneração, praticamente dobramos o tamanho da distribuidora... isso proporciona... incremento da remuneração para os investidores", disse Pessuti.
Ele disse que a distribuidora Copel-D deverá somar uma geração de caixa medida pelo Ebitda de entre 650 milhões e 700 milhões de reais nos próximos 12 meses, ante um Ebitda negativo de 197,7 milhões de reais no primeiro semestre de 2016.
(Por Luciano Costa)