SÃO PAULO (Reuters) - A Cosan (SA:CSAN3), que atua em produção de etanol e distribuição de combustíveis, está interessada em parcerias de refino com a Petrobras (SA:PETR4), afirmou nesta terça-feira o presidente do Conselho de Administração da companhia, Rubens Ometto.
A empresa está "olhando" para possíveis parcerias, mas isso dependerá da forma que a petroleira pretende vender participações em suas refinarias no país, disse Ometto.
A Cosan tem uma joint venture com a Shell, com participação de 50 por cento para cada, a Raízen, a maior produtora de açúcar do mundo e também uma das principais distribuidoras de combustíveis do Brasil. Ometto não deixou claro se a união de forças com a Petrobras seria uma iniciativa da própria Cosan ou da joint venture.
Conselheiros do presidente eleito, Jair Bolsonaro, disseram que pretendem vender várias estatais, como uma maneira de aumentar a arrecadação e cortar a dívida do governo. Mesmo antes da eleição, a Petrobras já tinha anunciado a intenção de vender sua participação em refinarias.
Ometto disse que o possível processo de privatização "será bom para o país e bom para a Petrobras."
"Nós estamos focados em energia e logística", ele disse, acrescentando que a Cosan poderia participar da venda das refinarias da Petrobras "dependendo do modelo, dos detalhes da operação"
"Nós já temos ativos de refino na Argentina, e ter aqui poderia ser uma maneira de continuar a tendência", disse o executivo a repórteres nos bastidores da conferência internacional de açúcar e etanol da Datagro, em São Paulo.
A Raízen comprou os ativos de refino e distribuição da Shell na Argentina em abril.
ETANOL
Em relação à nova safra de cana no Brasil, que começa em abril do ano que vem, Ometto disse esperar que as usinas continuem a focar na produção do etanol.
"O (preço do) açúcar tem de subir muito para mudar isso", disse.
Ometto rejeitou qualquer possível expansão de capacidade de processamento de cana da Raízen no país, dizendo que a joint venture precisa focar em incrementar o uso da capacidade.
De acordo com o executivo, a Raízen tem a capacidade de processar entre 70 milhões e 72 milhões de toneladas de cana por ciclo e atualmente está processando entre 60 milhões e 62 milhões de toneladas.
(Por Marcelo Teixeira)