SÃO PAULO (Reuters) - Analistas do Credit Suisse atualizaram estimativas para o IRB Brasil (SA:IRBR3), o que se refletiu em um aumento do preço-alvo para a ação a 43 reais, de 38 reais anteriormente, mas reiteraram a recomendação 'neutra' para o papel, de acordo com relatório a clientes nesta quarta-feira.
Marcelo Telles e equipe ponderaram que, apesar do forte declínio dos papéis, em meio a preocupações sobre a sustentabilidade de seus resultados, a ação ainda não oferece um ponto de entrada, mesmo considerando o que eles consideram ser uma visão otimista em relação às estimativas de lucros.
Na segunda-feira, os papéis da resseguradora recuaram fortemente após relatório da Squadra Investimento, em que a gestora avaliou que há uma grande disparidade entre preço e valor nas ações do IRB. No fechamento, registraram queda de 9%, mas, no pior momento, caíram 15,77%.
Nesta quarta-feira, por volta de 10:15, os papéis subiam 0,65%, a 41,51 reais, enquanto o Ibovespa (BVSP) subia 1,79%.
O Credit Suisse estima lucro líquido de 1,83 bilhão de reais para o IRB em 2020 e de 2,14 bilhões de reais em 2021.
Eles ponderam que, apesar de estarem abaixo do consenso, já estão dando à empresa o benefício da dúvida incorporando, entre outros elementos, uma redução considerável nos custos de retrocessão de 27% dos prêmios em 2019 para 17% em 2020.
Também citaram que o prognóstico considera resultados financeiros ainda bem acima de 100% da taxa de referência, tendo em vista o histórico da empresa e o prazo mais longo da carteira de valores mobiliários, bem como crescimento de mais de 20% da receita líquida em 2020 e 2021.
"Nós estamos assumindo apenas uma deterioração gradual do índice de perdas nos próximos anos (a partir de 2020), pois consideramos uma convergência gradual do índice de perdas entre o IRB e outras resseguradoras/seguradoras primárias locais, subindo para 59% nos próximos quatro anos (de 54% projetados para 2019) e em linha com a média dos últimos 5 anos."
Do lado positivo, Telles e equipe disseram que preveem um forte crescimento do prêmio de 18% nos próximos três anos. "O principal risco para nossas previsões, em nossa visão, é uma convergência mais rápida do que o esperado no índice de perdas e um crescimento mais lento dos prêmios em um ambiente competitivo mais desafiador."
(Por Paula Arend Laier)