Por Douglas Busvine e Jamie Freed
BERLIM/SYDNEY (Reuters) - A crise das companhias aéreas globais se aprofundou nesta quinta-feira, quando a Lufthansa avisou que o setor não sobreviverá sem auxílio estatal se a pandemia de coronavírus durar muito tempo, e a Qantas Airways disse para a maioria de seus 30 mil funcionários tirarem licença.
A Organização de Aviação Civil Internacional das Nações Unidas instou os governos a garantir que as operações de transporte de carga não sejam interrompidas para manter a disponibilidade de medicamentos e equipamentos críticos, como ventiladores e máscaras, que ajudarão a combater o vírus.
"A disseminação do coronavírus colocou toda a economia global e nossa empresa em um estado de emergência sem precedentes", disse o presidente-executivo da Lufthansa, Carsten Spohr, em comunicado. "No momento, ninguém pode prever as consequências."
Seus comentários ecoam outros executivos do setor que pediram apoio estatal agora que as operações de passageiros estão entrando em colapso em um ritmo sem precedentes, à medida que os governos restringem drasticamente as viagens.
A Lufthansa, que estacionou 700 de suas 763 aeronaves, disse que ainda não precisa de apoio do Estado, conforme corta os custos, mas passou uma imagem mais sombria para a indústria e seus fornecedores.
Spohr disse que sua empresa estava conversando com as fabricantes de aviões Airbus e Boeing sobre a entrega das aeronaves que encomendou e seus pagamentos.
"Planejamos receber um novo avião a cada 10 dias este ano - agora não precisamos de nenhum", disse ele a repórteres.
Ele previu que o setor emergiria em "um mundo diferente" após a crise, dizendo que a necessidade de parcerias aéreas só se tornaria mais urgente.
O grupo global de companhias aéreas IATA previu que o setor precisará de até 200 bilhões de dólares em apoio estatal, pressionando os governos que enfrentam demandas de todos os setores e um rápido agravamento das finanças públicas à medida que as economias são prejudicadas pela pandemia.