BELÉM (Reuters) - A Cruz Vermelha chegou ao município de Barcarena, no Pará, neste fim de semana, onde autoridades estão preocupadas com possível vazamento ao meio ambiente de rejeitos de bauxita da maior refinaria de alumina do mundo, a Hydro Alunorte, da norueguesa Norsk Hydro, após fortes chuvas na região em 16 e 17 de fevereiro.
O superintendente da Cruz Vermelha nacional, Milton Pacífico, afirmou à Reuters por telefone que a Cruz Vermelha está avaliando a situação durante o fim de semana e, na segunda-feira, poderá decidir enviar médicos e assistentes sociais para atender a população local.
Além de Pacífico, há dois funcionários da Cruz Vermelha visitando comunidades e ouvindo os habitantes. O principal objetivo, segundo ele, será esclarecer informações e ajudar a população.
Um laudo do Instituto Evandro Chagas (IEC), encomendado pelos Ministérios Públicos estadual e federal, relatou que rejeitos do beneficiamento de bauxita da Alunorte atingiram comunidades na região.
“A preocupação de todos é deixar claro se houve contaminação”, disse Pacífico, que afirmou haver três laudos que avaliam a possível contaminação, com informações conflituosas. No entanto, segundo Pacífico, a função da Cruz Vermelha será apoiar as comunidades.
Pacífico afirmou ainda que encontrou o presidente global da Hydro, Svein Brandtzæg, em Barcarena no fim de semana, durante visitas a comunidades no local.
A Alunorte chegou a marcar entrevista com a Reuters duas vezes em Belém, mas desmarcou alegando motivos de agenda.
A empresa declarou força maior na sexta-feira após autoridades brasileiras terem determinado um corte de 50 por cento de sua produção de alumina em Barcarena devido a preocupações quanto à poluição ou possíveis novas ocorrências.
A Alunorte emprega cerca de 2 mil pessoas e tem uma capacidade nominal de produção anual de 6,3 milhões de toneladas.
(Por Marta Nogueira)