SÃO PAULO (Reuters) - A Companhia Siderúrgica Nacional anunciou nesta segunda-feira acordo com sócios asiáticos para criação de uma empresa de mineração que combinará a mina Casa de Pedra com a mineradora Namisa, além de ativos de logística, e que vai permitir a transferência de parte de dívidas do grupo siderúrgico para a nova companhia.
O valor de referência para as relações de troca envolvidas na operação foi de 16 bilhões de dólares após anos de negociações entre a CSN (SA:CSNA3) e os sócios asiáticos que até agora dividem a Namisa com a CSN.
Segundo a CSN, que tem agido para reduzir seu endividamento por meio de venda de ativos, a nova empresa, chamada de Congonhas Minérios, ficará com dívida de 850 milhões de dólares que antes estava no balanço do grupo comandado por Benjamin Steinbruch.
As ações da CSN subiam 0,51 por cento às 10h48, pouco após o anúncio do acordo, enquanto o Ibovespa tinha desvalorização de 1,34 por cento.
A transação prevê ainda que a CSN vai comprar 4 por cento das ações da Congonhas Minérios detidas pelo consórcio asiático por 680 milhões de dólares. Com isso, a participação final da CSN na nova empresa será de 87,52 por cento.
Já o grupo asiático, formado por Itochu Corporation, JFE Steel Corporation, Posco, Kobe Steel, Nisshin Steel e China Steel Corp, ficará com os 12,48 por cento restantes da Congonhas Minérios.
A CSN afirmou que a Congonhas Minérios terá sob seu conjunto de ativos direitos de operar o terminal portuário Tecar em Itaguaí (RJ) e 18,63 por cento das ações da ferrovia MRS Logística, antes sob responsabilidade da CSN. O conjunto de ativos também inclui contratos de 40 anos para venda de minério de ferro para a CSN e os integrantes do consórcio. A CSN acertou ainda contratos de longo prazo para importar matérias-primas pelo Tecar.
A Congonhas Minérios tem reservas de estimadas em 3 bilhões de toneladas de minério de ferro de alta qualidade, afirmou a CSN, acrescentando que a empresa tem o quarto menor custo de produção do mundo.
(Por Alberto Alerigi Jr.)