A curva de juro a termo aponta Selic mais elevada no fim deste ano e de 2022 após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio ter disparado e superado o teto das estimativas. A precificação nesta manhã para Selic em 2021 está em Selic 6,66%, de 6,61% ontem, e para 2022 subiu para 8,39%, de 8,32% ontem. Os cálculos são do estrategista-chefe do Banco Mizuho no Brasil, Luciano Rostagno.
Na Focus, o mercado projeta Selic em 5,75% em 2021 e em 6,50% em 2022.
Para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da próxima semana a curva segue mostrando 78 pontos-base (p.b.) de alta, o que significa 88% para uma alta de 75 pontos-base e 12% para uma dose de 100 p.b. Caso se confirme a elevação de 75 p.b sinalizada também pelo Banco Central, a Selic passará de 3,50% para 4,25% ao ano.
O aperto monetário prossegue nas quatro reuniões seguintes de acordo com a precificação na curva, com 70 pontos de alta em agosto (de 68 pontos ontem); 63 pontos em setembro (de 62 pontos antes); ainda 55 pontos em outubro, como ontem; e 50 pontos em dezembro (de 47 pontos na véspera).
Segundo Rostagno, isso significa maior chance de alta de 75 p.b da Selic em agosto, divisão entre 75 e 50 p.b para setembro, e possibilidade maior de dois aumentos de 50 pontos-base em outubro e dezembro.
A inflação medida pelo IPCA disparou 0,83% em meio na margem, ante um avanço de 0,31% em abril, superando o teto das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, de 0,76%.
A taxa em 12 meses subiu 8,06%, também superando o teto das projeções, de 7,98% e muito acima do teto da meta do Banco Central para este ano, de 5,25%.