Por Gabriel Codas
Investing.com - No início da tarde da sessão desta terça-feira, as ações da CVC Brasil (SA:CVCB3) operavam com forte valorização, acima dos ganhos do Ibovespa hoje. A operadora de turismo comunicou ontem que o banco JP Morgan reduziu a posição no capital social da companhia para 3,19% do total das ações ordinárias.
Por volta das 12h08, os papéis operavam com alta de 8,55% a R$ 14,22. O Ibovespa tinha ganhos de 2,94% a 81.145 pontos.
De acordo com a companhia, a operação ocorreu em 8 de abril e, após ela, o JP Morgan passou a deter 4,77 milhões de ações ordinárias da empresa. Antes, o banco de investimentos detinha 5,05% do capital da CVC, o equivalente a 7,54 milhões de ações ordinárias, segundo informações no site oficial da companhia.
Em documento, o JP Morgan destacou que o objetivo da operação foi a realização do valor investido e que não deseja com isso alterar a composição do controle ou estutura de administração da CVC.
As ações operadora de turismo são penalizadas no ano com as medidas de isolamento social para conter o avanço do coronavírus. No acumulado do ano, os papéis da companhia caem 67,8% até a sessão de ontem.
Erros contábeis
A operadora de turismo constatou, no início de março, indícios de erros em sua contabilidade, que se confirmados poderão significar ajustes contábeis significativos nos resultados reportados pela companhia.
"Em uma avaliação preliminar, estima-se que o impacto potencial acumulado dos referidos ajustes na receita líquida de vendas da companhia seja da ordem de 250 milhões de reais, considerando os exercícios sociais de 2015 a 2019, equivalente a aproximadamente 0,5% das reservas totais e 4% da receita líquida da companhia no período acumulado até 30 de setembro de 2019."
A CVC acrescentou que os ajustes contábeis, se efetivados, não terão impacto sobre a geração e os saldos de caixa reportados nas demonstrações financeiras.
Balanço de 2019
Os erros contábeis levaram ao adiamento da apresentação de resultados do exercício fiscal de 2019.Em razão da complexidade dos processos de revisão e reconciliação relacionados à contabilização dos valores acima mencionados e da apuração independente relacionada ao tema, substancialmente afetados pelos impactos operacionais da pandemia de COVID-19 nos trabalhos das equipes envolvidas e dos auditores independentes, a CVC optou por, excepcionalmente, não divulgar as demonstrações financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2019 no prazo regulamentar.
Não há data para divulgação do resultado.
As informações financeiras consolidadas preliminares não auditadas contemplam os efeitos do potencial erro contábil acima referido que, na presente data, ainda corresponde a R$ 250,0 milhões, alocados com R$ 73,3 milhões e R$ 78,3 milhões foram alocados aos exercícios de 2018 e 2019, respectivamente, causando redução na receita líquida da Companhia e aumento no saldo de contratos a embarcar antecipados de pacotes turísticos.
Já os R$ 98,4 milhões são referentes aos exercícios anteriores a 2018, causando redução do patrimônio líquido em 1º. janeiro de 2018, e correspondente aumento no saldo de contratos a embarcar antecipados de pacotes turísticos.