Na quinta-feira (17), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) emitiu uma ordem de suspensão às atividades promovidas pela Infinox no país.
A empresa operava de forma irregular no mercado financeiro de câmbio de moedas (ou forex) e de Contratos por Diferença (CFD, sigla em inglês).
Além disso, a Infinox também mantinha um programa de afiliados, por onde recrutava traders que auxiliavam nas transações irregulares.
Stop order
A CVM informou que a Infinox e o trader Arlindo Leonardo Pereira, associado à organização, não possuíam permissão para atuar no mercado de Moedas e de CFD.
Segundo o órgão regulamentador, a captação irregular dos investidores era viabilizada pelas redes sociais.
Caso a medida de stop order não for cumprida, uma multa diária de R$ 1 mil será aplicada à Infinox.
Trader influencer
O trader recrutado pela organização, por sua vez, também se denomina instrutor da FX1, empresa de Mercado de Moedas com CNPJ em seu nome.
Pereira apresenta-se como um especialista no mercado financeiro e mantém um canal com 6,55 mil inscritos no YouTube.
Através da rede, o trader realiza análises e dicas de aplicações em Mercado de Moedas a fim de incitar investidores ao mercado.
Além disso, Pereira disponibiliza um curso “Forex — do básico ao avançado” na plataforma de ensino Udemy.
Mercado de Moedas e CFD
Empresas que ofertam contratos de investimento público precisam estar alinhadas com a CVM.
Em documento oficial, consta:
“As operações realizadas no mercado Forex envolvem negociações cujo resultado decorre da variação da cotação de pares de moedas estrangeiras. Os CFDs e as opções binárias são operações cujo resultado deriva do resultado dos ativos em que se baseiam. Assim, essas modalidades de investimentos são consideradas derivativos, conforme definição do art. 2º da Lei 6.385/76.”
CVM e stop orders
Ao menos 16 stop order de empresas veiculas ao mercado Forex no Brasil foram publicadas em 2020.
No entanto, um dos casos mais repercutidos foi da Unick Forex. A empresa teve sua primeira denúncia protocolada em 2017.
A autarquia acursou a companhia de emitir valores mobiliários sem autorização. Posteriormente, outras denúncias foram investigadas.
Em 2019, a Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI) formalizou outra acusação contra a empresa. Segundo a entidade, foram identificados indícios de fraudes bilionárias.
Considerado um caso de pirâmide financeira que captou mais de R$ 1 bilhão, o processo da Unick continua em andamento e os executivos envolvidos foram soltos.