A incorporadora Cyrela (BVMF:CYRE3) Brazil Realty fechou o terceiro trimestre de 2022 com lucro líquido de R$ 289 milhões, alta de 21,5% em relação ao mesmo período de 2021, conforme balanço publicado nesta quinta-feira, 10.
A receita líquida totalizou R$ 1,560 bilhão, avanço de 21,1% na mesma base de comparação anual. A incorporadora não divulga Ebitda.
A margem bruta atingiu 33,9% no 3tri22, baixa de 0,8 ponto porcentual na comparação anual, e melhora de 2,6 pontos porcentuais na comparação trimestral.
A companhia informou ainda que tem receita líquida a apropriar na ordem de R$ 5,108 bilhões com a venda de imóveis, com uma margem bruta a apropriar estimada de 36% - o que indica uma estimativa de melhora da lucratividade mais à frente.
As despesas comerciais totalizaram R$ 152 milhões, crescimento de 43,9% na comparação anual, devido ao aumento no volume de lançamentos e vendas.
As despesas gerais e administrativas foram de R$ 151 milhões, expansão de 36,2%, em função de aumento de salários, participação dos empregados e serviços de terceiros, em linha com a evolução natural das operações, explicou a companhia.
A Cyrela passou a detalhar as despesas com a CashMe, subsidiária de crédito imobiliário. As despesas gerais e administrativas aí foram de R$ 22 milhões, salto de 144%, também devido ao crescimento das operações.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) ficou positivo em R$ 7 milhões, queda de 20,7% na comparação anual.
O lucro da Cyrela foi impulsionado pelo aumento da receita, com mais lançamentos e vendas ao longo dos últimos trimestres. Também houve efeito do avanço das obras. Vale lembrar que no setor o faturamento é contabilizado de acordo com a evolução dos canteiros.
A Cyrela também informou que o resultado líquido foi influenciado pelos seguintes efeitos: Efeito positivo de R$ 46 milhões na linha de "Equivalência Patrimonial" referente à participação da Cyrela nas incorporadoras Cury, Plano & Plano (BVMF:PLPL3) e Lavvi (BVMF:LAVV3); Impacto líquido positivo de R$ 139 milhões referentes à alienação de ações da Cury; Impacto negativo de R$ 58 milhões devido a provisão de perda realizada na rubrica de Partes Relacionadas no balanço patrimonial referente a créditos a receber de parceria com a Precon Engenharia; Impacto líquido negativo de R$ 15 milhões referentes à reavaliação do valor justo de participação da Cyrela nas ações da Plano & Plano; Impacto líquido negativo de R$ 2 milhões devido às contingências judiciais.
A Cyrela reportou ainda geração de caixa de R$ 188 milhões. A dívida líquida foi a R$ 261 milhões no fim de setembro, recuo de 31,7% ante os R$ 382 milhões no fim de junho. A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido) ficou em 3,5%.
Em sua apresentação de resultados, a incorporadora destacou que apresentou no trimestre crescimento nos resultados operacionais e financeiros, apesar das incertezas impostas pelos cenários local e global. "Olhando para frente, continuamos adotando cautela nas nossas decisões em função do momento mais desafiador vivido pelo mercado imobiliário e também das incertezas macroeconômicas", afirmou a administração.