Por Eric M. Johnson e Ilona Wissenbach
PORTLAND/FRANKFURT (Reuters) - A Daimler divulgou na quarta-feira um caminhão de grande porte totalmente elétrico que prometeu colocar em produção em 2021, com a montadora alemã se posicionando para desafiar as concorrentes europeias e norte-americanas, incluindo novatas como a Tesla.
Os compradores de caminhões preveem uma regulamentação global para reduzir a poluição de caminhões e veem vantagens nos custos menores com combustível e manutenção dos veículos elétricos, mas uma mudança tecnológica da frota está longe de acontecer dados os desafios de custo, infraestrutura de recarga, alcance e da possibilidade de restrição da capacidade de carga devido ao peso das baterias.
O caminhão eCascadia da Daimler é um modelo de 18 rodas com um alcance de 400 quilômetros, que visa o mercado de distribuição regional e serviços portuários, enquanto o caminhão Semi da montadora Tesla --que deve ser produzido até 2020-- será voltado para distâncias mais longas com alcance de pouco mais de 800 quilômetros.
A Daimler também divulgou na véspera um modelo médio eM2 106, com alcance de até 370 quilômetros desenhado para distribuição local, como entregas de bebidas, que alguns analistas veem como o "alvo certo" para o mercado emergente de caminhões elétricos.
A Daimler disse que vai entregar um total de 30 protótipos dos dois modelos aos clientes ainda este ano para teste em campo e espera ter os caminhões em produção em 2021.
A Daimler, como a maior fabricante de caminhões do mundo, tem muito a perder à medida que a competição por caminhões elétricos se intensifica.
A concorrente de Illinois, Navistar International, e sua parceira Volkswagen, que estão investindo 1,7 bilhão de dólares em veículos elétricos, autônomos e sistemas em nuvem até 2022, planejam lançar seus próprios caminhões de médio porte na América do Norte até o fim de 2019.
A Daimler, com valor de mercado de 66,4 bilhões de dólares e mais conhecida por sua marca de luxo Mercedes-Benz, tem uma fatia de cerca de 40 por cento do mercado norte-americano de caminhões pesados, de aproximadamente 39 bilhões de dólares.