Por Gram Slattery e Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A DBO Energy, empresa de petróleo e gás apoiada pela alemã RWE AG (DE:RWEG), está em negociações bilaterais com a Petrobras (SA:PETR4) para comprar o polo petrolífero de Golfinho, disseram duas fontes, enquanto a petroleira brasileira avança em seu ambicioso programa de desinvestimentos.
Golfinho é um dos dezenas de ativos de produção que a Petrobras colocou à venda em uma tentativa de reduzir dívidas e concentrar seu foco no pré-sal.
A empresa lutou para se desalavancar durante a maior parte do ano passado, enquanto a pandemia minava a demanda por ativos produtores de petróleo.
Mas, nos últimos meses, a Petrobras acelerou suas vendas de ativos, abrindo chamadas para ofertas vinculantes por uma série de ativos importantes, incluindo cinco refinarias e o Polo Urucu.
A Petrobras e a DBO não quiseram comentar.
Golfinho, um polo maduro de águas profundas na costa do Espírito Santo, foi um dos últimos grandes ativos de produção que a Petrobras colocou à venda antes da Covid-19 atingir o Brasil para valer.
O cluster estava produzindo 14.900 barris de óleo e condensado por dia, de acordo com os documentos sobre o processo de investimento, de janeiro de 2020.
Uma pessoa envolvida no negócio disse que as partes estavam discutindo valores em dólares na faixa de nove dígitos.
Qualquer negócio ainda está a meses de ser fechado, acrescentou a fonte.
A norueguesa BW Energy estava entre as empresas que cogitaram uma proposta, mas acabou decidindo não apresentar uma oferta vinculante, de acordo com outras duas fontes com conhecimento do assunto. Todas fontes solicitaram anonimato para discutir assuntos confidenciais.
A BW não respondeu a um pedido de comentário.
A DBO, com sede no Rio de Janeiro, é composta por executivos brasileiros e noruegueses com experiência na operação de ativos maduros tanto no Brasil quanto no Mar do Norte, de acordo com o site da empresa. Ela lista a RWE Supply & Trading, um braço da RWE, como investidor.