DALIAN (Reuters) - O consumo de aço na China caiu neste ano pela primeira vez desde pelo menos 2000 devido ao menor crescimento econômico, levando a um excedente de minério de ferro no país e à queda de mais de 40 por cento nos preços da commodity.
Mas as grandes mineradoras globais como Vale e Rio Tinto, que investiram bilhões de dólares para elevar a produção e vender mais minério de ferro para a China, se mantêm convencidas de que a demanda chinesa ainda não chegou ao pico, uma vez que se espera que o processo de urbanização dure ao menos outra década no país.
O consumo aparente de aço bruto na China, maior consumidor e produtor da liga, caiu 1,9 por cento para 61,9 milhões de toneladas em agosto na comparação anual, disse Wang Xiaoqi, vice-presidente do Conselho da Associação de Ferro e Aço da China, em uma conferência do setor.
"Há muitas razões para isso - a economia desacelerando e passando por reestruturações. Os setores que consomem aço cortaram sua demanda", disse Wang nesta quinta-feira.
Com o crescimento da China focado agora no consumo e não no investimento que alimentou a expansão massiva do setor de aço ao longo de anos, Wang disse: "Daqui em diante, a produção doméstica de aço e o consumo não crescerão em linha com o crescimento econômico".
O consumo de aço da China recuou 0,3 por cento, para 500 milhões de toneladas, nos primeiros oito meses do ano, disse.
A economia chinesa teve um início de ano fraco, com o crescimento do primeiro trimestre desacelerando para uma mínima em seis trimestres de 7,4 por cento. Pequim respondeu com uma enxurrada de medidas de estímulo que elevaram o ritmo ligeiramente para 7,5 por cento no segundo trimestre, mas dados fracos de julho e agosto sugerem que o impulso está se desvanecendo rapidamente.
(Por David Stanway)