SÃO PAULO (Reuters) - A transmissora de energia elétrica espanhola Abengoa demitiu 500 trabalhadores que atuam em obras na Bahia na última semana e iniciou agora um processo para 1.500 demissões no Estado, que deverá representar quase metade dos mais de 4 mil cortes que a empresa planeja realizar no Brasil.
A informação é do vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial do Estado da Bahia (Sintepav-BA), Irailson Warneaux, que participou de uma reunião com representantes da Abengoa na semana passada.
A companhia, que anunciou na Espanha na semana passada um pedido de recuperação judicial, em meio a um alto endividamento e dificuldades de negociação com credores, deverá demitir ao todo 4,6 mil trabalhadores no Brasil, disse Warneaux.
"Havia perspectiva de crescimento, de chegarmos a 3 mil trabalhadores na Bahia. Mas agora vão ficar apenas 200 (na Bahia)", disse Warneaux.
A Reuters tentou contato com a Abengoa, mas não obteve retorno imediato.
O vice-presidente do sindicato disse que, em reunião realizada na última quinta-feira, a Abengoa informou que ficará apenas com algumas centenas de trabalhadores para serviços de manutenção, de um total de cerca de 5 mil trabalhadores.
"Ficarão apenas 400... seria só para manter os canteiros de obra em manutenção, para que não haja depreciação dos equipamentos", disse Warneaux.
Segundo informações disponíveis no site da Abengoa Brasil, a companhia possui 11 projetos de transmissão em construção no país, incluindo uma linha de 1,85 mil quilômetros entre Tocantins e Bahia e uma de 1,82 mil quilômetros entre Tocantins e Pará, além de obras no Nordeste e no Sudeste.
(Por Luciano Costa)