(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff garantiu nesta quinta-feira que seu governo manterá a política de conteúdo local para as contratações da Petrobras e o modelo de partilha na exploração de petróleo.
"A política de conteúdo local não é algo que pode ser afastada, a política de conteúdo local no meu governo é o centro de uma política de recuperação da capacidade de investimento desse país", disse a presidente em cerimônia na cidade pernambucana de Ipojuca para inaugurar navios que serão usados pela estatal.
"Conteúdo local e política de partilha, no meu governo, estão mantidos", acrescentou a presidente.
Dilma afirmou ainda que os modelos de partilha e concessão devem ser mantidos, mas ressaltou a importância do modelo de partilha como um instrumento para manter no Brasil parte da riqueza obtida com a exploração do petróleo.
"Quero dizer também que os dois modelos que vigem hoje no Brasil, do nosso ponto de vista do governo, têm de ser mantidos", disse.
"O modelo de concessão para a exploração e produção de petróleo em áreas de alto risco... e o modelo de partilha, que é o seguinte: nós sabemos que na diagonal do petróleo, definido em lei, tem petróleo de alta qualidade, muito petróleo, e nesse caso a sociedade brasileira, o povo brasileiro, tem direito a ter uma parte relativa à distribuição do petróleo... Ambos modelos fazem sentido", acrescentou.
A atual política de conteúdo local é alvo de críticas de políticos e de integrantes do setor de petróleo, que apontam que da forma como é conduzida sobrecarrega a indústria e eleva custos.
O modelo de partilha, no qual a Petrobras tem a exclusividade da operação, também é criticado pelos que questionam se a estatal terá fôlego financeiro para arcar com todos os investimentos para a exploração do petróleo da camada pré-sal.
Sem mencionar diretamente a operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras, Dilma defendeu a estatal e disse que é preciso evitar o mau uso da companhia.
"Temos de enfrentar, porque a Petrobras merece e a sociedade brasileira exige, temos de enfrentar e acabar com todos os malfeitos, todas as tentativas de uso indevido da empresa, todos os processos de corrupção", afirmou.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)