Atualizada às 11h30 para correção de informação sobre data ex
Investing.com - Ontem, o mercado foi surpreendido pelo anúncio de que a CSN (SA:CSNA3) iria distribuir dividendos de R$ 890 milhões aos acionistas. As ações dispararam com a notícia, fechando o dia com valorização de 4,77% a R$ 9,44. Apesar disso, a maior parte dos analistas viu o fato com desconfiança. Afinal, como uma empresa com endividamento tão elevado irá pagar proventos gordos e de forma inesperada?
As ações são negociadas com queda de 2,65% a R$ 9,19. Os papéis ficam em ex no dia 23.
A edição desta terça-feira do O Estado de S. Paulo traz uma das respostas para a pergunta. De acordo como jornal, o anúncio teve como estratégia prover caixa para uma das holdings da família Steinbruch, que precisa honrar parte de um crédito com o Bradesco (SA:BBDC4).
A publicação explica que banco atrelou o alongamento de uma dívida que a siderúrgica tem, e está em negociação, com a amortização de parcela de outra dívida detida pela holding.
Então, esses proventos foram uma solução encontrada pela CSN para cumprir essa condição imposta pelo Bradesco.
Ainda de acordo com o Estadão, a dívida em negociação é composta por debêntures, e foram emitidas pela holding e encarteirada totalmente pelo Bradesco, no total de R$ 1,656 bilhão. No entanto, com as atualizações, a dívida passaria a ser de R$ 2 bilhões. Essas debêntures têm como garantia ações da própria CSN, além de fiança prestada por Benjamin Steinbruch, presidente da siderúrgica.
Um dos problemas é que o mercado cobra que a CSN reduza seus níveis de alavancagem. Ao fim de junho último, o endividamento líquido era de R$ 26,7 bilhões.