Dois funcionários da Microsoft são demitidos após protesto contra laços da empresa com Israel

Publicado 28.08.2025, 18:19
Atualizado 28.08.2025, 18:21
© Reuters.

Por Kanishka Singh

WASHINGTON (Reuters) - Dois funcionários da Microsoft foram demitidos nesta quarta-feira após participarem de um protesto no escritório do presidente da empresa contra os laços da companhia com Israel, que trava uma guerra em Gaza.

Um porta-voz da Microsoft disse que os funcionários foram demitidos após "sérias violações das políticas da empresa e do nosso código de conduta" decorrentes da "invasão dos escritórios executivos".

Anna Hattle e Riki Fameli receberam mensagens de voz informando que foram demitidos, disse o grupo de protesto No Azure for Apartheid em um comunicado.

Eles estavam entre os sete manifestantes presos na terça-feira após ocuparem o escritório do presidente da empresa, Brad Smith. Os outros cinco eram ex-funcionários da Microsoft e pessoas de fora da empresa.

"Estamos aqui porque a Microsoft continua a fornecer a Israel as ferramentas de que precisa para cometer genocídio, ao mesmo tempo em que manipula e desorienta seus próprios funcionários sobre essa realidade", disse Hattle em um comunicado na quarta-feira.

O No Azure for Apartheid, cujo nome faz referência ao software Azure, da Microsoft, exige que a empresa corte seus laços com Israel e pague indenizações aos palestinos. Smith disse na terça-feira: "respeitamos a liberdade de expressão de que todos neste país desfrutam, desde que o façam de forma legal".

Uma investigação conjunta da imprensa afirmou que uma agência de vigilância militar israelense estava usando o software Azure da Microsoft para armazenar inúmeras gravações de chamadas de telefone celular feitas por palestinos que vivem na Cisjordânia e em Gaza ocupadas por Israel.

A investigação, conduzida pelo Guardian, pela publicação israelense-palestina +972 Magazine e pelo meio de comunicação de língua hebraica Local Call, também afirmou que Israel se vale da nuvem da Microsoft para a vigilância extensiva dos palestinos.

Em resposta, a Microsoft disse neste mês que está recorrendo ao escritório de advocacia Covington & Burling LLP para realizar uma revisão.

Outros funcionários da Microsoft também protestaram contra os laços da empresa com Israel.

Em abril, comentários do CEO de IA da Microsoft, Mustafa Suleyman, foram interrompidos, durante a comemoração do 50º aniversário da empresa de tecnologia, por um funcionário pró-palestinos que protestava sobre os laços da empresa com Israel. Esse funcionário e outro empregado que protestava também foram demitidos.

Outras empresas e instituições educacionais enfrentam protestos por causa dos laços com Israel à medida que a crise humanitária em Gaza causada pelo ataque militar de Israel aumenta e imagens de palestinos famintos -- inclusive crianças e bebês -- provocaram indignação global.

O mais recente derramamento de sangue no conflito israelense-palestino, que já dura décadas, foi desencadeado em outubro de 2023, quando militantes do Hamas atacaram Israel, matando 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns, segundo dados israelenses.

O ataque subsequente de Israel a Gaza matou dezenas de milhares de palestinos, causou uma crise de fome extrema, deslocou internamente toda a população de Gaza e provocou acusações de genocídio e crimes de guerra em tribunais internacionais que Israel nega.

(Reportagem de Kanishka Singh, em Washington)

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